JOGO RÁPIDO

A permanência na Série B

Coluna publicada na edição de 19/11/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
19/11/2019 às 01:00.
Atualizado em 30/03/2022 às 09:53

O Guarani conseguiu, com duas rodadas de antecipação, garantir matematicamente a sua permanência na Série B. O objetivo, indiscutivelmente modesto, foi alcançado no sábado, com a vitória por 1 a 0 sobre o Operário, no Brinco de Ouro. Aparentemente, o torcedor bugrino não tem o que comemorar porque permanecer na Série B é o mínimo que se espera de um clube com a história do Guarani. Para um campeão brasileiro, com três participações na Libertadores e detentor de dois recordes do Brasileirão que nem o fantástico Flamengo de Jorge Jesus conseguiu derrubar, “permanecer” na segunda divisão não é nada. Mas se olharmos apenas para a história recente do Guarani, porém, podemos concluir que o torcedor tem muito o que festejar, não pela campanha em si, mas pelo enorme risco que o clube correu de retornar à Série C com sua péssima performance no primeiro turno. Ao contrário do que muitos torcedores imaginam ou desejam, subir para a Série A está longe de ser “obrigação” para o campeão brasileiro de 1978 e vice de 1986 e 1987. Na era dos pontos corridos, o clube só esteve na elite em 2003, 2004 e 2010. Entre os melhores, foram apenas três temporadas, metade do tempo que o time sofreu na Série C (2007, 2008, 2013, 2014, 2015 e 2016). A divisão que o Guarani mais disputou nesse período foi a segunda, na qual esteve presente em oito oportunidades: 2005, 2006, 2009, 2011, 2012, 2017, 2018 e 2019. Notem que em 2020 o Bugre irá disputar a Série B pela quarta vez consecutiva. É a primeira vez que o time alcança essa sequência e isso não é motivo de orgulho para ninguém. Porém, é preciso levar em consideração que o time já ficou quatro anos seguidos na Série C. Disputar a terceira divisão é muito complicado pela falta de recursos, viagens desgastantes e dificuldade de se contratar jogadores razoáveis dispostos a jogar em uma divisão de pouca expressão. O Guarani esteve muito próximo de voltar a enfrentar essa dura realidade. Na 17ª rodada, era o último colocado (13 pontos), com o menor número de vitórias (3) e o pior ataque (9 gols). O elenco, vaiado constantemente pela torcida, estava sem confiança. Uma recuperação era tão improvável que todos os técnicos procurados pela diretoria recusaram as propostas. Mas, 19 jogos depois, o Guarani garantiu sua permanência. É evidente que, na realidade atual do clube, essa reação deve ser comemorada pela torcida. O responsável por essa inesperada performance, o ex-auxiliar-técnico Thiago Carpini, será tema de outras colunas nos próximos dias.  

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