Em quatro jogos com o técnico, o time conseguiu 75% de aproveitamento, marcou sete gols e sofreu apenas dois
Ademir Fonseca é apresentado como novo treinador do Guarani ( Dominique Torquato/ AAN)
Ademir Fonseca costuma dizer que técnico não tem o poder de ganhar um jogo, mas ele é uma prova real de que a figura que está à beira do gramado pode ajudar a fazer diferença naquilo que produzem seus comandados. Ao assumir o Guarani no lugar de Marcelo Veiga, o treinador encontrou um time irregular e que patinava na Série A2 do Campeonato Paulista. Após quatro jogos, a sonhada entrada no G4 ainda não aconteceu, mas a mudança no clima e a melhora significativa no rendimento da equipe recolocaram o Bugre de vez na briga pelo acesso. Dois aspectos ajudam a explicar essa mudança de postura. A maior delas no ambiente dentro do elenco. Com perfil agregador, Fonseca não se fixou de imediato em orientações táticas e técnicas e resolveu começar a mudança mexendo com o brio dos atletas. Não era segredo para ninguém o desconforto de muitos jogadores com a maneira de lidar do ex-treinador. Na base da conversa e do emocional, o novo técnico ganhou o grupo no dia a dia e deixou o time muito mais leve. Nova postura “Desde a chegada do Ademir a postura é outra. Ele conseguiu resgatar muitos jogadores que estavam em baixa e isso dá confiança para todo mundo. É um cara que agregou bastante, é motivador, sereno e passa tranquilidade. O futebol que o time tem jogado é reflexo disso”, aponta o meia Fumagalli. “Tem sido uma mudança de postura num contexto geral, mudança no comando, no trabalho do dia a dia. Tudo isso tem agregado muito”, completa o volante Thiago Carpini, que, com Fonseca, ganhou a titularidade atuando na zaga. O ambiente mais ameno contribui para explicar a melhora técnica do time. Em quatro jogos com Ademir Fonseca, o time conseguiu 75% de aproveitamento, marcou sete gols e sofreu apenas dois. Apesar do esquema tático ser semelhante ao que vinha sendo utilizado, o Bugre tem adotado outras características, como trabalhar mais a bola no chão, mais ímpeto no ataque. Maior tranquilidade Outro detalhe é que os jogadores andam menos “pilhados”. Embora a média de faltas e cartões amarelos continue parecida, sob o novo comando o Guarani não teve até o momento nenhuma expulsão – antes eram dez em 14 rodadas.Contente com o que tem visto, o treinador elogia os atletas que, para ele, são os grandes protagonistas. “O treinador fica na mão de seus jogadores, por isso tem que dar o máximo para que eles possam encontrar seu melhorar futebol a cada partida. Aos poucos vamos implantando nossa filosofia de trabalho e acho que eles estão pegando bem”, observa. “Isso dá moral e confiança para os jogadores acreditarem em si mesmos e naquilo que a gente fala”.