ECONOMIA

Banco Central eleva previsão de inflação para 9% em 2015

O cenário para este ano traçado pelos técnicos do BC estima ainda queda no PIB de 1,1% - antes era de 0,5% - e reajuste maior para a eletricidade, 43,4%

Agência Brasil
24/06/2015 às 09:39.
Atualizado em 23/04/2022 às 09:45
Estiagem provoca alta de preço nos supermercados e assusta os consumidores ( Leandro Ferreira/AAN)

Estiagem provoca alta de preço nos supermercados e assusta os consumidores ( Leandro Ferreira/AAN)

O Banco Central (BC) piorou a projeção para a inflação este ano. Na estimativa do BC, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ficar em 9%, este ano, ante 7,9% previstos em março. Essa estimativa está no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quarta-feira (24).O IPCA – produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – é o indicador oficial do governo para aferição das metas inflacionárias. O índice mede a variação do custo de vida das famílias com chefes assalariados e com rendimento mensal compreendido entre um e 40 salários mínimos mensais.Em 2016, a inflação deve recuar e encerrar o período em 4,8%. A previsão anterior era 4,9%. Em 12 meses, no final do segundo trimestre de 2017, a projeção ficou em 4,5%. CenárioEssas projeções são do cenário de referência, em que o BC levou em considerações informações disponíveis até o último dia 12 para fazer as estimativas. Nesse cenário foram considerados o dólar em R$ 3,10 e a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano.O BC também divulga os dados do cenário de mercado, que faz estimativas para a taxa de câmbio e a Selic. No cenário de mercado, a previsão para a inflação este ano é 9,1%, 1,2 ponto percentual acima da estimativa de março. Em 2016, a projeção é 5,1%, a mesma estimativa anterior. Em 12 meses, no final do segundo trimestre de 2017, a estimativa ficou em 4,8%.As estimativas de inflação para este ano indicam estouro do teto da meta (6,5%). O centro da meta, que deve ser perseguida pelo BC, é 4,5%. Selic Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic. Essa taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia.Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. A Selic está atualmente em ciclo de alta e já passou por seis elevações seguidas. PIB O Banco Central também prevê maior retração da economia este ano. De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação, o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos, deve apresentar queda de 1,1%. Na previsão anterior era 0,5%.A produção agropecuária deverá crescer 1,9%, mais do que a estimativa anterior, que era 1%. A projeção para o recuo da indústria passou de 2,3% para 3%. O BC destaca os impactos das reduções projetadas para a indústria de transformação, de 3,4% para 6%, e para a produção e distribuição de eletricidade, água e gás, de 1,4% para 5,6%. De acordo com o BC, esse cenário reflete aumento da participação de termoelétricas na oferta de energia (mais cara) e de redução do consumo de água no primeiro trimestre do ano. Serviços A projeção para o setor de serviços passou de crescimento de 0,1% para queda de 0,8%. O BC também revisou a projeção para o consumo das famílias, que passou de expansão de 0,2% para queda 0,5%. Segundo o BC, essa revisão está “em linha com a piora no mercado de trabalho e a manutenção da confiança do consumidor em patamares historicamente reduzidos”. Também foi alterada a estimativa de consumo do governo, que passou de crescimento de 0,3% para queda de 1,6%, “consistente com o cenário de ajuste fiscal em curso”.Em relação à demanda externa, o BC revisou a projeção para as exportações, com aumento de 3,1 ponto percentual para 5,5% de crescimento, em relação à estimativa anterior. No caso das importações, a estimativa é queda de 6%. Segundo o BC, esse cenário repercute os efeitos de redução do consumo e da alta do dólar.Para o período de 12 meses encerrados em março de 2016, a estimativa de queda do PIB é 0,8%.  Eletricidade O Relatório de Inflação traz ainda revisão da projeção para reajuste do preço da eletricidade de 38,3% para 43,4%, este ano. A informação está no Relatório de Inflação divulgado trimestralmente. A estimativa de redução na tarifa de telefonia fixa passou de 4,1% para 3%.A projeção para a variação do conjunto dos preços administrados por contrato e monitorados é de 13,7% para 2015, ante 11% considerados no relatório anterior, divulgado em março. Segundo o Banco Central, essa projeção considera variações ocorridas, até maio, nos preços da gasolina (9,3%) e do gás de bujão (4,3%), além das estimativas para a tarifa de telefonia fixa e eletricidade.Para 2016, a estimativa é 5,3% para os preços administrados, a mesma projeção de março.  

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por