Abelhas levam pânico ao Castelo

Um enxame levou pânico a moradores, comerciantes e pedestres que passavam pela Rua Orlando Carpino, do Jardim Chapadão, próximo ao balão do Castelo, em Campinas, no começo da manhã de ontem. Ao menos sete pessoas foram picadas pelas abelhas e uma delas, um homem de 60 anos, foi socorrido e levado pelo resgate do Corpo de Bombeiros em estado grave ao Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O ataque das abelhas teria ocorrido no momento em que jardineiros retiravam entulhos de um terreno em frente ao estacionamento da Padaria Nico. A colmeia estava no tronco de uma árvore e nenhum morador havia observado a existência dos insetos no local. “Foi um verdadeiro terror. Parecia filme. Ficou uma nuvem escura de abelhas e as pessoas cobertas por elas”, contou a comerciante Aparecida de Fátima Ribeiro Felício. Cenário descrito também por Marco Antônio Pires de Moraes, também comerciante do bairro. O ataque foi por volta das 9h30. Comércios instalados no trecho fecharam as portas e os comerciantes, desesperados que houvesse acidentes graves, resgataram os pedestres que passavam pela via, acolhendo-os em seus estabelecimentos. Uma idosa com cerca de 80 anos, moradora nas proximidades, fazia caminhada e foi retirada da rua por Moraes. “A idosa faz caminhadas todos os dias. As abelhas foram para cima dela e ela levou muitas picadas”, contou. De acordo com os comerciantes, os insetos atacaram qualquer pessoa que passava pela via. Sem saber, uma motorista teria parado o carro debaixo da árvore e desembarcou. Ela foi atacada pelo enxame e correu pela rua. A jovem foi socorrida pelos comerciantes. “Acho que umas 20 pessoas foram trazidas para dentro da nossa loja. Foi muito assustador”, disse Aparecida. O contato comercial José Akio, de 60 anos, trabalha em uma TV, que fica do lado oposto da calçada onde está a árvore e voltava da padaria quando foi atacado pelas abelhas. Segundo os colegas de trabalho, a vítima ficou coberta pelos insetos. “Estávamos na frente do prédio quando avistamos o ataque. Corremos para dentro e fechamos a porta (que é de vidro). Ele vinha em nossa direção, com a cabeça e o pescoço cobertos de abelhas. Foi uma cena horrível. Ele chegou até a porta, mas não quis entrar por causa das abelhas. Ele sentou na calçada e uma colega jogou uma toalha para ele”, contou o editor Erick Thomaz. “Ele só dizia ‘chama, chama’. A gente não podia fazer nada por ele. Eram muitas abelhas. Ele foi muito picado e começou a ter falta de ar”, acrescentou a produtora Sônia Maria de Andrade, que jogou a toalha para Akio. A dona de casa Alessandra Subutzki, de 43 anos, mora a cerca de 20 metros do ataque e acordou com o barulho da sirene do Corpo de Bombeiros. “Antes de ir à rua, olhei no nosso grupo de moradores e vi a mensagem do ataque. Peguei antialérgicos e corri para a calçada para ajudar as pessoas”, contou. “Vi que o homem que retirava o lixo estava coberto por abelhas. Não sabemos o que aconteceu com ele, pois recusou atendimento e foi embora com a mulher”, revelou. O Corpo de Bombeiros foi acionado e chegou em poucos minutos, segundo comerciantes. Foram os bombeiros socorreram Akio. Para espalhar as abelhas, eles jogaram água. Apesar do serviço, centenas de insetos permaneceram no local. A corporação informou que voltaria no local à noite para pulverizar as abelhas desgarradas. “Elas só voltam a se ajuntar no local à noite. Enquanto isso não há o que fazer”, explicou um bombeiro. Europeia As abelhas são da espécie Apis melifera (europeia), segundo a equipe da Unidade de Vigilância de Zoonoses, que foi no local. Em conjunto com o Corpo de Bombeiros, a equipe fez uma intervenção imediata para o controle do enxame, como forma de evitar novas ocorrências de acidentes. “Conforme informações da equipe, as abelhas estavam instaladas numa árvore em frente a um terreno que passava por limpeza. A utilização de uma máquina tipo bob cat para limpeza agitou o enxame que é sensível ao barulho”, informou a Prefeitura.