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Árvores são 'amarradas' à espera do poder público

Indignado pela falta de retorno por parte do poder público, o idoso avalia que ambas as plantas, com mais de dez metros de altura cada, podem desabar

Daniel de Camargo
06/06/2019 às 10:40.
Atualizado em 30/03/2022 às 21:12

Residindo na mesma casa há cerca de 56 anos na Rua Eduardo Nogueira, no Jardim Lídia, em Campinas, Romeu Mantovani, comerciante aposentado de 70 anos, reclama que desde 2016 solicita sem sucesso a extração de duas árvores junto à Prefeitura. Indignado pela falta de retorno por parte do poder público, o idoso avalia que ambas as plantas, com mais de dez metros de altura cada, podem desabar sobre os imóveis situados nos números 506 e 516 da via a qualquer momento. Em sua concepção, a condição dos troncos e galhos coloca em risco a sua integridade física e também da mãe, que mora com ele, além da família vizinha. Fora isso, uma das árvores também elevou o nível da calçada, provocando fissuras no passeio público. Entre novembro de 2016 e abril de 2019, foram protocoladas três cartas endereçadas ao prefeito Jonas Donizette (PSB), pedindo providências. A última, em 23 de abril deste ano, foi recebida pela Ouvidoria da Administração Municipal. Na segunda, protocolada em 1º de abril, Mantovani escreve não estranhar a falta de retorno, “afinal trata-se da desprestatividade do serviço público no geral”. “Deu, no que deu, seus ouvidos continuam moucos (surdos)”, critica em trecho da correspondência. O aposentado explica que uma das árvores, a mais próxima da entrada da sua casa, é uma sibipiruna — árvore semidecídua, de rápido crescimento e florescimento ornamental, nativa da Mata Atlântica, que costuma perder quase todas as suas folhas no Inverno. De acordo com o aposentado, a espécie, que pode ter até 20 metros de diâmetro da copa arredondada, está infestada por cupins há muito tempo. “Tentando nos resguardar e também evitar um prejuízo, envolvemos ela com nove elos de cordas”, disse. Outro fato que preocupa os moradores é o cipoal formado entre as folhas das árvores, por onde passam fios da rede elétrica. Mantovani recorda que as árvores foram plantadas há mais de 12 anos em frente da casa do colega Rubens Antônio Mecatti, no nº 516, por antigos moradores, que não residem mais no bairro. Na época, o então comerciante previu futuros problemas. Por isso, optou por plantar árvores de porte médio em frente a sua residência. “Elas permitem a passagem dos pedestres, embelezam a paisagem e ao mesmo tempo nos provê uma boa sombra na frente do imóvel. Além disso, não se emaranha com os fios da via pública”, comentou. DPJ afirma que não há necessidade de extração A Secretaria Municipal de Serviços Públicos informou, em nota, que o Departamento de Parques e Jardins (DPJ) fez a vistoria das árvores, conforme os pedidos do cidadão, e constatou, após avaliação técnica da equipe, que não havia necessidade de extração. Segundo a Pasta, na primeira vez não foi necessária nenhuma intervenção. Em relação ao segundo pedido está programada uma poda para esta semana. “A extração de árvores é feita somente quando estão mortas, com alguma doença grave ou que apresente algum tipo de risco.” Segundo o DPJ, de todos os pedidos de extração de árvores que chegam, “após análise técnica, cerca de 70% não se justificam". Os cidadãos podem solicitar as avaliações de poda e/ou extração de árvores por meio do telefone 156.

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