Ricardo Jordão, presidente da Associação para o Desenvolvimento de Autistas em Campinas (Leandro Ferreira/AAN)
A Associação para o Desenvolvimento de Autistas de Campinas (Adacamp), a única instituição na região que atende gratuitamente portadores de autismo, interrompeu parcialmente o atendimento aos 174 pacientes. O motivo é o atraso no repasse mensal de R$ 110 mil feito pela Secretaria de Saúde do Estado à entidade filantrópica.
O dinheiro, que deveria ter sido disponibilizado no quinto dia útil, atrasou 13 dias e só chegou aos cofres da instituição terça-feira (21). Com isso, o pagamento dos 52 funcionários ainda não havia sido feito. Outra medida implantada foi o corte no fornecimento de alimentação e a suspensão do atendimento em período integral. “Não tinha como comprar comida, então suspendemos o almoço e pedimos aos pais que têm crianças em período integral que buscassem os filhos mais cedo”, afirmou Ricardo Jordão, presidente da entidade. A Adacamp tem um custo mensal de R$ 170 mil e depende de repasses e doações.
Das secretarias municipais de Educação e Assistência Social, a instituição recebe cerca de R$ 30 mil, verba insuficiente para custear o tratamento das crianças. Para sobreviver, a entidade filantrópica conta com doações e eventos. “Estamos sempre precisando de doações e precisamos incentivar as pessoas a conhecer e contribuir com a entidade”, afirmou Jordão. Ele conta que este é o segundo mês que o repasse do Estado atrasa. “Atrasamos o pagamento de todos fornecedores e da folha de pagamento. Vamos pagar juros e as contas aumentam. Todo mundo perde: a entidade, os alunos e os funcionários.”
A Adacamp atua no tratamento a crianças com autismo há 24 anos. Parte dos 174 alunos fica na instituição em período integral. Lá, as crianças têm atendimento com neuropsiquiatra, psicólogo, assistente social, fisioterapeuta e terapia ocupacional, entre outras atividades. Uma das famílias atingidas pelo problema é a do comerciante Sandro Caseiro. Seu filho de 6 anos faz acompanhamento no local desde os 2 anos. “Fomos avisados que deveríamos buscar meu filho para almoçar em casa por causa do repasse”, contou Carneiro.
Ele disse que a interrupção no atendimento pode trazer prejuízos ao desenvolvimento do filho. “Ele melhorou bem, quase não falava e a interação social era bem mais difícil. Agora desenvolve bem, toma banho e come sozinho. Qualquer interrupção pode atrapalhar”, disse. O Departamento Regional de Saúde de Campinas informou que o convênio com a Adacamp estava em processo de renovação e, por isso, as datas dos repasses sofreram variações nos últimos meses. (Patrícia Azevedo/Da Agência Anhanguera)
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