A Polícia Civil de Campinas cumpriu na manhã de ontem 14 mandados de busca e apreensão em uma investigação contra uma quadrilha especializada
A Polícia Civil de Campinas cumpriu na manhã de ontem 14 mandados de busca e apreensão em uma investigação contra uma quadrilha especializada em clonar cartões em todo o País. Não houve prisões, mas foram apreendidos uma caderneta com diversos códigos de contas bancárias, notebook, máquinas de cartões, documentos e três carros. A ação foi comandada pelo 1º Distrito Policial (DP). A "Operação Mandrake" teve ações em Campinas (10), Valinhos (3) e Hortolândia (1) e envolveu 13 viaturas e ao menos 50 policiais civis. De acordo com o delegado Hamilton Caviolla Filho, as investigações tiveram início há seis meses e identificaram ao menos 17 pessoas, sendo quatro mulheres, envolvidas no esquema que engloba desde a clonagem dos cartões aos saques das contas das vítimas. "O grupo compra as informações de outra quadrilha e chegava a clonar entre 700 e mil cartões de crédito por dia. Ainda investigamos quantos eles movimentaram", disse o delegado. Pelo esquema, os criminosos adquirem máquinas semelhantes às que passam cartão de débito, chamadas de "chupa-cabra", para clonar os dados e senhas de clientes. O bando age em postos de combustíveis, restaurantes e outros estabelecimentos. O furto dos dados ocorre no momento que o cliente entrega seu cartão para o funcionário do estabelecimento passar na máquina. "Se o cliente estiver distraído e o funcionário fizer parte do esquema, antes de colocar o cartão na máquina que o cliente vai digitar a senha, o funcionário passa o cartão da vítima na máquina de clonagem para gravar os dados do cartão. Essa máquina está conectada à máquina real, onde o cliente vai digitar a senha", contou Caviolla. Após furtar as informações, o criminoso repassa para outros integrantes, que transferem os dados para os cartões em branco que eles mesmos adquirem na internet. Esses cartões clonados são distribuídos para outros integrantes responsáveis pelos saques. As investigações da quadrilha começaram depois que foi analisado o registro de ao menos nove boletins de ocorrência na delegacia envolvendo flagrantes. Segundo o delegado foi constatado esquema semelhante na tática dos criminosos e, por meio de cruzamento de informações, observado que as ações tinham ligações. "Não foi preso ninguém porque o Judiciário entendeu que ainda não era momento de prisões. Por isso fizemos apenas as apreensões dos objetos. Mas as investigações seguem para identificação de mais pessoas envolvidas e o montante que o grupo já furtou", disse Caviolla. Por intermédio dos códigos anotados na caderneta, também serão pesquisados de onde são as contas, quem são os clientes e quanto foi sacado de cada um.