Nem mesmo a tela de proteção colocada sobre o muro construído ao longo da linha, na Proost de Souza, em Campinas, ficou livre da ação de criminosos
Nem mesmo a tela de proteção colocada sobre o muro construído ao longo da linha férrea, na Vila Proost de Souza, em Campinas, ficou livre da ação de criminosos. Segundo moradores, na mesma noite que a grade foi colocada, ela foi furtada. O trecho fica próximo a uma área verde, transformada em jardim. Foram retirados cerca de 50 metros do alambrado. Ninguém viu ou percebeu o crime, que aconteceu em março deste ano, mas só agora foi denunciado. Além disso, outros trechos apresentam vandalismo. Em um dos casos, uma moradora teria dado ordem para o seu pedreiro quebrar a tela para jogar, ao lado dos trilhos, o entulho retirado na reforma do seu imóvel. O fechamento com muros e alambrados de uma extensão de 2,6 quilômetros de malha ferroviária que corta a cidade ocorreu por determinação do Ministério Público Estadual (MP-SP). A exigência do MP visa garantir maior segurança aos pedestres que diariamente se arriscam cruzando os trilhos. Em Campinas, a obra começou em janeiro, na região do Terminal Rodoviário Ramos de Azevedo. O MP deu prazo de três meses para conclusão do serviço. O acordo determinou a construção em alvenaria de 1,40m, mais tela de arame galvanizado fio 3,0 milímetros (mm) em malha de 5x15 centímetros, conforme especificações técnicas. “Deverão ser devidamente ajustadas e consolidadas à estrutura do muro de fechamento, evitando-se assim a sua indevida retirada", estipulou o memorial descritivo da obra pelo MP-SP. Lugares cercados Os trechos que receberam muros de vedação foram o Jardim Tamoios, Rua Abolição, Avenida Lix da Cunha (em quatro passagens) e próximo ao terminal rodoviário. A Avenida Lix da Cunha foi a que recebeu a maior extensão do muro, cerca de 1,7km. Pelo acordo, a Prefeitura seria a responsável pela construção da obra e as empresas que administram a malha ferroviária, pela manutenção. “Ficou muito bonita a obra, mas infelizmente levaram embora. Quem levou, cortou a tela”, disse o aposentado Fernando Luis Felipe, de 69 anos, que mora bem em frente a um dos trechos que foi furtado. Ao longo do muro há outros pontos em que a tela foi vandalizada. Para alguns locais destruídos, os moradores acreditam que foram usuários de drogas que quebraram para poder andar nos trilhos. “Apenas um dos casos que vimos um homem quebrando a tela para jogar entulho. Chamamos a atenção e ele disse que foi a mando de sua patroa e nos contou a história. Acionamos a Prefeitura, mas ficou em um jogo de empurra-empurra e desistimos”, disse Felipe. “É muito triste que destruam esse muro, pois é para a nossa própria segurança”, acrescentou. Responsabilidade Em nota, a Concessionária Rumo informou que conforme acordo com a Prefeitura, as obras de cercamento e manutenção no local são de responsabilidade do Município. Sobre os casos de vandalismo contra o patrimônio, disse que se trata de um problema de segurança pública e que “jamais estes fatos poderiam ser atribuídos à operação ferroviária”. “A empresa mantém equipes de vigilância ao longo do trecho ferroviário, mas informa que os seguranças não têm poder de polícia”, frisou.