O alastramento do número de casos do novo coronavírus no Estado de São Paulo impôs uma modificação drástica no funcionamento do Bom Prato
O alastramento do número de casos do novo coronavírus (Covid-19) no Estado de São Paulo impôs uma modificação drástica no funcionamento do programa Bom Prato, causando até uma mudança no perfil dos consumidores. Para evitar a suspensão do atendimento durante a pandemia, o programa passou a distribuir, no início da semana, as refeições por meio de marmitas. A solução foi criada pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento para garantir o serviço de refeição aos que mais precisam nos dias de quarentena. Em Campinas, o serviço começou a funcionar na segunda-feira e todas as 2.100 “quentinhas” disponibilizadas por dia estão sendo comercializas na unidade que fica próximo ao Terminal Central. "A entrega de marmitas foi uma forma encontrada para que não deixemos de alimentar as pessoas que precisam da refeição”, disse o gerente voluntário do Bom Prato de Campinas, Reuber Boschini. Além de não poderem mais almoçar dentro da unidade, os clientes estão sendo posicionados em fila, com distância entre as pessoas recomendada pelo Ministério da Saúde. Idosos, gestantes e pessoas com deficiência têm direito à fila preferencial. Ao todo, três funcionários (vestido com os acessórios recomendados) ficam próximos da porta da unidade, recebendo os clientes e fazendo a entrega da marmita. Após a retirada, o cliente sai por outra porta. Os funcionários que produzem os alimentos não têm contato próximo com os clientes e fazem o uso de itens como álcool gel e sabonete. Por causa da Covid-19, o programa também antecipou os horários de funcionamento para atender o público com mais calma. O café da manhã está sendo servido às 7h. O almoço começou a ser distribuído às 10h e o local fica aberto até atingir a cota de pessoas atendidas. No caso de quem não consegue pagar pela alimentação (como os moradores de rua) há ajuda para o custeio — o almoço custa R$1,00. Segundo Boschini, o perfil do cliente também mudou por causa da doença. “Antes, mais de 60% dos frequentadores eram idosos. Eles praticamente sumiram por causa da quarentena. Com isso, cresceu o número de moradores de rua”, disse. De acordo com o último censo da Prefeitura de Campinas, de fevereiro deste ano, há 822 moradores de rua na cidade. “Passamos a colocar funcionários para orientá-los, porque no começo eles não obedeciam a distância da fila e ficavam quase um em cima do outro. Também tivemos que passar a fornecer talheres de plástico”, destacou o gerente da unidade campineira.