coronavírus

Campinas registra avanço de 60%

De 10 pacientes, a cidade passou a registrar 16 pessoas infectadas com coronavírus. Também cresceu o número de casos suspeitos

Maria Teresa Costa
27/03/2020 às 07:41.
Atualizado em 29/03/2022 às 19:47

O número de casos confirmados de Covid-19 em Campinas cresceu 60% nos últimos dois dias. De 10 pacientes, a cidade passou a registrar 16 pessoas infectadas com coronavírus. Também cresceu o número de casos suspeitos da doença: 441 pessoas aguardam os resultados dos exames. O avanço da doença foi informado ontem pelo prefeito Jonas Donizette (PSB), em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais. Dos 16 pacientes infectados, todos atendidos pela rede privada, apenas um está internado, em enfermaria, e seu estado é estável. Os demais estão em isolamento domiciliar Os novos casos confirmados são de uma mulher de 36 anos e quatro homens, com idades entre 30 e 40 anos, que passam bem e estão em isolamento domiciliar; o outro caso é o de uma mulher, de 81 anos, que ficou internada por dois dias, teve alta e está em isolamento domiciliar. Os 441 pacientes em investigação estão sendo monitorados pela equipe de saúde, que todos os dias liga para a residência de cada um para saber se estão bem, sem febre ou sintoma respiratório. Esse acompanhamento é feito com cada caso suspeito, durante 14 dias, segundo a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea Von Zuben. Desde o registro do primeiro caso suspeito em Campinas, 39 foram descartados. Jonas informou que um hospital de campanha está sendo montado no estacionamento do Hospital de Clínicas da Unicamp para atender o aumento da demanda prevista de infectados com coronavírus. O hospital terá estrutura de centro cirúrgico, que servirá como reforço para o tratamento. O prefeito informou também que a cidade receberá recursos do governo do Estado — parte dos R$ 218 milhões destinados para o enfrentamento ao coronavírus em 80 cidades paulistas com mais de 100 mil habitantes. O dinheiro começa a ser transferido aos municípios para instalação de centros de referência e hospitais de campanha. Campinas receberá R$ 12 por pessoa, equivalente a R$ 15 milhões no total. O recurso, disse o prefeito, será utilizado para a montagem do hospital de campanha. Paulínia apura causa da morte de homem de 73 anos A Prefeitura de Paulínia informou, na tarde de ontem, que apura uma morte suspeita por coronavírus. Trata-se de um homem, de 73 anos, hipertenso, diabético e ex-fumante, que apresentou sintomas da doença. Ele estava em isolamento domiciliar e deu entrada no Hospital Municipal, na noite de ontem, após apresentar complicações em seu quadro de saúde. A família acionou o Atendimento Pré-Hospitalar, mas durante o trajeto até a unidade médica, o paciente entrou em parada cardiorrespiratória e morreu às 20h40. A informação foi divulgada menos de 24 horas depois da confirmação do segundo caso positivo da doença no município, em um médico, de 36 anos, que não atua na cidade e que buscou atendimento médico em um hospital privado de Campinas. "O quadro clínico é estável e ele se encontra em isolamento domiciliar, com demais membros de sua família que não apresentam sintomas", informou a Administração, em nota. Na noite desta quarta-feira, a Prefeitura de Hortolândia também confirmou o segundo caso positivo. A Secretaria Municipal de Saúde, no entanto, não divulgou os detalhes do paciente infectado. O primeiro caso é o de um homem, de 38 anos, que trabalha em uma empresa multinacional na região e que segue em isolamento domiciliar. Até às 18h de ontem, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) contabilizava 25 casos confirmados do Covid-19. Além dos 16 registros em Campinas e dos quatro em Paulínia e Hortolândia (dois em cada), havia ainda três confirmações em Valinhos, uma em Jaguariúna e outra Holambra. (Henrique Hein/AAN) Secretaria fará regulação de leitos A Secretaria de Saúde do Estado autorizou a Secretaria Municipal de Saúde a fazer a regulação de leitos em toda a Região Metropolitana de Campinas (RMC), com o monitoramento da disponibilidade de vagas nas 20 cidades, para encaminhamento de pacientes em estado grave e que precisam de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Campinas tem regulação da disponibilidade dos 940 leitos do Município. Para a ampliação da área de regulação, será preciso mais 60 médicos atuando na central instalada na Divisão Regional de Saúde. O secretário de Saúde, Carmino de Souza, disse que estão sendo chamados médicos com mais de 60 anos para atuarem na central, utilizando a plataforma da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross). Com esses profissionais, disse, será possível fazer a regulação de vagas da região no período noturno, das 22h às 6h. Atualmente, Campinas faz a regulação, mas falta equipe. “É um grande avanço que estamos fazendo”, disse. Ainda não há prazo para a regulação regional, mas o secretário disse que ter todos os leitos em uma central de regulação é fundamental para esse momento de pandemia de coronavírus. “Para esse trabalho não temos nenhum problema técnico para iniciar a operacionalização da central, mas precisamos de médicos treinados”, afirmou. A Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde, estadual, possui um sistema online que funciona 24 horas por dia e busca vaga disponível em várias unidades (não apenas nos hospitais Estaduais), na região de origem do paciente e, eventualmente, em todo o Estado, conforme o recurso necessário, apoiando no processo de distribuição de casos na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Institutos se unem para dar suporte emocional gratuito Para ajudar a atravessar esse momento difícil que o mundo se encontra, por conta da pandemia do novo Coronavírus, o Instituto campineiro Flor de Cerejeira, em parceira com o Instituto Entrelaços de psicologia, do Rio de Janeiro, e outros institutos de todo o Brasil, estão disponibilizando para todas as pessoas uma linha telefônica aberta para dar suporte e apoio emocional aa quem precisar falar sobre a ameaça que sente diante de todas as mobilizações provocadas pela Covid-19. Quem ligar para o número (19) 991170990, das 10h às 22h, será atendido gratuitamente por um profissional especializado em crises, emergências, perdas e lutos. "Queremos contribuir da melhor forma com as pessoas que estão atravessando essas situações de crises e emergências. Vários institutos de psicologia do Brasil que já são especializados em perdas, lutos e crises se uniram ao Entrelaços para prestar esse suporte durante esse momento de isolamento social. Em Campinas e região, o instituto de psicologia Flor de Cerejeira é que vai coordenar essa ação e contará com cerca de 15 psicólogos de plantão especializados em perdas, lutos e crises", conta a psicóloga Ivana Tolotti, cofundadora do Flor de Cerejeira. O objetivo da linha de suporte de apoio emocional será de ajudar as pessoas neste momento de isolamento social. "Estamos diante de um cenário de muitas incertezas. Esse momento quebra com tudo aquilo que a gente conhece de mundo, as nossas expectativas, tudo aquilo que nos traz segurança. Isso afeta profundamente a nossa saúde mental e pode gerar muita ansiedade, angústia e insegurança. Por isso vamos atuar com os primeiros-socorros emocionais e psicológicos. O objetivo é ajudar as pessoas a se reorganizarem diante desse cenário, buscando recursos que sejam internos ou externos que facilitem a adaptação a essa nova realidade", destaca Ivana. Vale ressaltar que não se trata de psicoterapia, mas sim de um atendimento nos moldes de crise e emergência que é pontual. "Trabalhamos em esquema de plantão com técnicas específicas visando ajudar quem está precisando. O atendimento será feito por telefone pelo profissional que também está em isolamento social", conta. (Kátia Camargo/AAN) SERVIÇO SOS - Linha aberta para suporte e apoio emocional Horário: das 10h às 22h Telefone: (19) 99117-0990

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