Em Campinas foram recarregados quase R$ 7,5 milhões em créditos no ano passado
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) movimentou em torno de R$ 68 milhões em transações financeiras com cartões pré-pagos em 2018. Os dados são do último levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), que aponta um crescimento de cerca de 62% em relação a 2017, quando as operações totalizaram aproximadamente R$ 26 milhões. Segundo a entidade, no mesmo período, os gastos com cartões de crédito e débito subiram apenas 14% e 12,3%, respectivamente. Só em Campinas foram recarregados quase R$ 7,5 milhões em créditos nesse tipo de cartão no ano passado. Os dados da entidade assinalam ainda que quase 3,5 mil pessoas utilizaram o recurso em Campinas em 2018. As estatísticas evidenciam também que alguns usuários possuem mais de um cartão, porque no período foram emitidos perto de 4,2 mil unidades no município. “O cartão pré-pago é uma opção inteligente para o brasileiro, principalmente por oferecer a variedade de serviços que um banco comum possui, com a vantagem de não exigir comprovação de renda ou análise de crédito. Por isso, é um meio de pagamento tão relevante para o consumidor”, explica Juliano Motta, diretor de marketing da Acesso, operadora de cartões. O levantamento realizado pela Acesso constatou que, em 2018, do total de cartões pré-pagos emitidos em Campinas, 30% foram usados para compras online e 59% em lojas físicas. Outros usos comuns são saques, compras internacionais e pagamentos de contas. Segundo dados da Abecs, no ano passado, os cartões pré-pagos registraram quase R$ 3 milhões em gastos online e cerca de R$ 3,8 milhões em despesas offline na cidade. Boa opção Henrique Orzani, gerente de contas de uma distribuidora de equipamentos de informática de 37 anos, morador do Parque São Quirino, conheceu o recurso há uns quatro anos. Na oportunidade, a filha, com então 14 anos, viajou para o Chile. "Entendi que seria o método mais fácil para enviar dinheiro para ela", comentou. Após essa utilização, Orzani afirma que passou a recorrer ao cartão pré-pago frequentemente. Os motivos: comodidade e porque o recurso lhe permite um controle maior das finanças pessoais, uma vez que só gasta o valor carregado no cartão, nada a mais do que o montante estipulado. "É praticamente uma reserva de caixa para mim. Eu recarrego e vou utilizando conforme a necessidade para diversos fins", disse, completando que além disso não recebe nenhuma fatura no mês seguinte. "Meus gastos mensais por meio do cartão variam, em média, entre R$ 900 e R$ 1,5 mil", detalha. Empresário André Cardelli, empresário de 48 anos, que reside no Centro de Campinas, explica que o cartão pré-pago é indispensável para o seu negócio. Proprietário de uma empresa que oferece treinamentos e vende cursos pela internet, ele chega a gerar boletos para inserção de créditos e os repassa para os clientes para receber pelos serviços prestados. "O cartão pré-pago é praticamente uma conta corrente", explica. Contudo, com tarifas bem inferiores. Na Acesso, por exemplo, a manutenção mensal sai por R$ 5,95 e a taxa só é cobrada quando há saldo na conta. Outra aplicação dada por Cardelli ao cartão pré-pago tem por finalidade otimizar o processo de trabalho de seus colaboradores. "Se algum funcionário está realizando um serviço externo e precisa de dinheiro, eu transfiro de um cartão para o outro e cai na hora", informou. Ao todo, Cardelli possui 12 cartões pré-pagos.