Com R$ 93 mil, Prefeitura retoma projeto Recâmbio

Com aproximadamente 700 moradores de rua espalhados pelas calçadas, praças, viadutos e nas partes cobertas de igrejas, bancos e lojas de Campinas, a Prefeitura decidiu retomar a execução do projeto Recâmbio e vai disponibilizar R$ 93,1 mil em passagens de ônibus até o final deste ano para auxiliar moradores de rua a voltarem ao seu município de origem. A secretária Eliane Jocelaine Pereira, da Secretaria Municipal de Assistência Social à Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos, explicou que esse serviço estava sendo realizado há 15 anos por uma entidade social, via termo de colaboração, e que a Prefeitura decidiu assumir novamente a execução para qualificar, ter um controle maior e dar amplitude a esta modalidade de acolhimento. O projeto, segundo Eliane, pretende fazer uma ponte entre os agentes sociais e garantir a continuidade ao atendimento ao morador de rua. “A ideia é de poder atender melhor a demanda e, se necessário ampliar o atendimento, sempre encaminhando a pessoa com referências e vínculos que possam dar continuidade ao acolhimento, envolvendo agentes sociais na cidade de origem”, afirmou. Segundo Eliane, o projeto Recâmbio possibilita o retorno das pessoas que estão em Campinas para as suas cidades de origem, somente depois de um atendimento mais detalhado e se o morador de rua demonstrar interesse em retornar. “Antes de encaminhar para suas origens, é realizada uma entrevista e uma avaliação sobre seu histórico, identificando causas principais que levaram o morador a chegar na situação de rua”, disse. “Depois de identificar familiares, a ação social da Prefeitura entra em contato com os mesmos e com o Serviço Social do município a ser encaminhado”, concluiu. Vale destacar que esse projeto contempla moradores de rua e pessoas que estão em estado vulnerável e querem voltar para as cidades de origem, principalmente àqueles que chegam a Campinas em busca de emprego e não conseguem colocação nem voltar para casa por falta de recursos. Mortes Na segunda-feira passada dois moradores em situação de rua foram achados mortos em Campinas. A principal suspeita para as mortes, é de hipotermia. Um deles dormia na calçada localizada na esquina das avenidas dos Expedicionários com Campos Sales, no Centro. O outro, em frente a igreja São Francisco de Assis, no Jardim Satélite Íris. As mortes por frio não foram confirmadas e, caso isso ocorra, serão as primeiras do ano. Na madrugada de segunda-feira, o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), registrou a temperatura mínima de 11,2º C às 2h. Neste período de temperaturas mais frias, a Prefeitura realiza a Operação Inverno, que neste ano vai até o dia 30 de setembro. No horário noturno há uma abordagem junto à população em situação de rua até a meia-noite. Neste período, o projeto “SOS Rua” intensifica suas ações, percorrendo os itinerários e atendendo a solicitações onde há maior concentração de pessoas que vivem em situação de rua. As pessoas recebem medidas protetivas de orientação, acolhimento ou encaminhamento do cidadão aos serviços. O Serviço de Atendimento ao Migrante, Itinerante e Mendicante (Samim) acolhe moradores de rua e funciona 24 horas no inverno. Além do pernoite, oferece jantar, café da manhã e material de higiene pessoal às pessoas em situação de rua, facilitando o acesso emergencial a outros serviços da rede pública municipal. Campinas conta também com a Campanha do Agasalho que foi prorrogada até o dia 30 deste mês. Segundo a Prefeitura, já foram arrecadadas seis toneladas de roupas. Para solicitar atendimento às pessoas em situação de rua que requerem cuidados, basta ligar para o SOS Rua (19) 9.9984.6496 até as 21h.