Câmara de Campinas autoriza espaço para shopping popular
Local fica entre Estação Cultural e o Terminal Metropolitano da cidade (Leandro Ferreira/AAN)
Câmara de Campinas autorizou ontem o prefeito Jonas Donizette (PSB) a fazer a concessão de uma área de 18 mil metros quadrados no complexo ferroviário central para o sindicato dos trabalhadores informais (camelôs). No espaço, entre a Estação Cultural e o Terminal Metropolitano, será construído um shopping popular. Com a concessão, as 1,2 mil bancas instaladas no Centro serão transferidas para o novo espaço. O projeto segue para sanção do prefeito. O shopping vai exigir dos camelôs investimentos de cerca de R$ 25 milhões, valor que será rateado entre eles. A concessão do espaço, que inclui um barracão tombado como patrimônio histórico, será por 17 anos, que poderá ser prorrogada por mais dois prazos, de 20 anos cada um. A previsão é que o espaço comece a funcionar em dois anos. Essa área, que pertence ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), foi cedida à Prefeitura por 30 anos, renováveis, especificamente para a implantação do shopping popular de compras. O barracão será restaurado e um novo prédio, de três pisos, será construído para abrigar os 1,2 mil camelôs. No local haverá uma área de alimentação e o shopping também terá estacionamento com 600 vagas. Após a aprovação da autorização da concessão ontem pela Câmara (foi aprovada por 20 vereadores presentes na sessão), o vice-presidente do Sindicato Dos Permissionários, Comerciantes, Ocupantes de Boxes e Prestadores de Serviço em Solo Público da Economia Informal de Campinas (Sindipeic), Carlinhos Camelô, afirmou que há dois orçamentos para a obra e que aguarda mais um que possa garantir preço acessível e pelo menos 48 meses de prazo para os informais conseguirem pagar. “Agora as coisas vão começar a caminha”, afirmou. A luta dos camelôs por uma área se arrasta desde 2008, segundo Carlinhos Camelô, e a concessão da área colocará fim também a anos de angústias, incertezas e insegurança. Uma solução para a remoção dos vendedores da área central da cidade foi determinada pelo Ministério Público em 2011. Em 2018, camelôs, Prefeitura e Setec se reuniram como promotor de Justiça, Valcir Paulo Kobori, que determinou prazo de 90 dias para a entrega de um projeto final. O projeto foi acordado com a entidade representante dos trabalhadores, Ministério Público e Prefeitura e que, após tantos anos de busca de acordo, o projeto sairá do papel. A Administração precisa liberar o terminal, que será o principal ponto de embarque e desembarque do Corredor Ouro Verde do BRT, mas também fará a ligação com o Corredor Campo Grande até a rodoviária e a chamada "Área Branca", no Centro. O presidente da Câmara, Marcos Bernardelli (PSDB) afirmou que a lei vai possibilitar uma solução para uma situação que envolve a própria cidadania, não só para quem mora ou se dirige até aquela região como também para quem exerce ali suas atividades e passará a trabalhar no shopping popular.