reservatórios

Desvio começa a dar forma à represa

Mudança do leito do Rio Jaguari permite início da construção do maciço da barragem em Pedreira

Da Agência Anhanguera
05/11/2020 às 08:57.
Atualizado em 27/03/2022 às 18:09
As obras em Pedreira fazem parte de um programa de reserva hídrica que deverá atingir 23 municípios (Leandro Ferreira/AAN)

As obras em Pedreira fazem parte de um programa de reserva hídrica que deverá atingir 23 municípios (Leandro Ferreira/AAN)

O Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) iniciou o trabalho de desvio do leito do Rio Jaguari — uma obra que possibilitará a construção da represa em Pedreira, na região metropolitana de Campinas. O desvio para a construção do maciço da barragem estava previsto para começar em setembro, mas foi adiado, segundo o Daee, "por motivos operacionais". As barragens de Pedreira e de Duas Pontes, no Rio Camanducaia, em Amparo, fazem parte de um programa de reserva hídrica que deverá atingir 23 municípios da região da bacia do PCJ (dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí). Os reservatórios terão capacidade para acumular 85,3 milhões de metros cúbicos de água e fornecer 17,2 mil litros de água por segundo, beneficiando mais de cinco milhões de pessoas. Para o processo de desvio do leito, foi escolhido o método de transferência lenta para o canal de desvio do Jaguari, para não haver interrupção do fluxo do curso de água, explica o engenheiro Javir Timoneda Paul, que coordena a obra da barragem, iniciada em janeiro de 2019. Segundo ele, foram adotadas todas as medidas de precaução para controle da erosão e assoreamento. "Foram implantadas as medidas de prevenção para o controle de processos erosivos como grama nos taludes, enrocamento nas margens do canal de desvio, proteção de talude com mantas geotêxtil, cacimbas e direcionamento para água de chuva", disse ele, segundo informa nota divulgada pelo Daee. A fim de acompanhar e evitar problemas em decorrência de alteração na turbidez das águas do Jaguari durante a execução das atividades do desvio, foi intensificado o monitoramento em suas águas nos pontos a montante e a jusante (fluxo da nascente à foz). Para o desenvolvimento dessa atividade, é utilizado um medidor multiparâmetro portátil que verifica os níveis de qualidade da água, permitindo resultado no local de medição. Segundo o Daee, os resultados obtidos são comparados aos parâmetros de qualidade definidos pelas legislações vigentes e qualquer alteração é sinalizada. Desde o início do programa, as águas do Jaguari e dos demais locais avaliados na Barragem Pedreira estão em conformidade com a legislação para a maioria dos parâmetros analisados, indicando boa qualidade. Proteção ambiental O superintendente do Daee, Francisco Eduardo Loducca, garante que a execução da atividade do desvio do Rio Jaguari será acompanhada por profissionais do setor ambiental, a fim de atender as necessidades de conservação previstas. Ele diz que será realizado monitoramento nas áreas direta e indiretamente afetadas, "visando minimizar as alterações no meio ambiente e atendendo à legislação aplicável", afirma. Biólogos, veterinários e técnicos já iniciaram o processo para conservação do conjunto das espécies de peixes existentes na região, com ações de afugentamento, resgate, contagem e soltura de peixes existentes no trecho do Rio Jaguari que será desviado. Antes da soltura, é feita a contagem e a identificação da totalidade dos indivíduos e a biometria de um número mínimo, cerca de 20, de cada espécie, sendo imediatamente soltos no próprio rio. Governo investe R$ 740 mi O Governo do Estado de São Paulo está investindo R$ 740 milhões nas obras de construção das barragens de Pedreira e Amparo, que têm por objetivo reforçar o sistema de abastecimento da região de Campinas. Superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), Francisco Eduardo Loducca afirma ser " importante frisar que os dois reservatórios em construção representam uma das últimas possibilidades para reserva de água nas Bacias do PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí). Além disso, as estruturas vão aprimorar a operação do Sistema Cantareira, especialmente nas épocas de estiagem."

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