Parceria da Prefeitura permite que as aulas sejam transmitidas em canais aberto e fechado
(Divulgação)
A Prefeitura de Jaguariúna lançou o projeto “Escola na TV” para ajudar as escolas municipais no processo de ensino e aprendizagem durante a suspensão das aulas devido à quarentena do coronavírus. A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação, a operadora Sky e a TV Artes. As aulas começaram a ser transmitidas no final de julho. O “Escola na TV” visa levar conteúdos audiovisuais educativos, que podem ser acompanhados pelos alunos da rede municipal tanto em canal aberto (via TV Artes, canal 19.1) quanto pela Sky (canal fechado 675), maior operadora de TV por assinatura via satélite do país e que possui um centro de transmissões em Jaguariúna. O conteúdo está sob supervisão da pasta da Educação. O projeto também integra o programa Jaguariúna Solidária, uma vez que tanto a TV Artes quanto a SKY estão doando o espaço nas transmissões para as atividades educativas sem custo para a Prefeitura. As equipes gestoras da Educação fizeram a seleção dos professores que fazem parte do projeto. As aulas são veiculadas de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h, com reprises aos sábados, no mesmo horário, e contam com intérprete de Libras, a Língua Brasileira de Sinais, para as séries que têm alunos surdos. “Cada dia haverá um programa específico, de acordo com cada área do ensino, desde a educação infantil, passando pelo ensino fundamental I e II, CEJA e educação especial”, explica a secretária municipal de Educação, Cristina Catão. O projeto “Escola na TV” complementa o ensino à distância adotado pela Prefeitura, que utiliza ferramentas como as plataformas digitais, apostilas e atividades impressas. “Esse novo recurso da TV dá a oportunidade de acesso aos conteúdos aos alunos que têm mais dificuldade de acessar a internet”, complementa a secretária. As aulas no novo formato foram aprovadas pelos alunos. "Eu acho que ajuda mais porque tem a explicação dos professores. Antes estava mais difícil de aprender, lembrar das coisas. Agora com eles explicando está sendo mais fácil de guardar na memória. Principalmente, Artes, porque só o texto não ajuda muito", diz Larissa Delgado, de 13 anos, aluna da 8ª série do Ensino Fundamental. Inquietação Em Campinas, uma professora de uma escola infantil da periferia decidiu criar um vídeo, com áudio das crianças, para manter o vínculo durante a pandemia. A profissional atua no Centro de Educação Infantil (CEI) Marilene Cabral, no DIC I, e pediu aos pais que enviassem depoimentos das crianças em áudio. Os pequenos dizem que estão com saudade, mandam mensagens carinhosas para a Tia Lu — forma como a professora Luciana Souza, de 50 anos, é chamada por elas —, e ainda reclamam que não aguentam mais ficar em casa. Ela dá aulas para alunos de dois e três anos de idade e decidiu fazer o vídeo por conta de duas inquietações: uma é a definição que algumas pessoas têm, de que a escola é apenas o prédio, o espaço. A outra, é referente ao sentimento das crianças. "A escola é lugar de encontro, independente do nível dela. A Educação Infantil tem esse papel de auxiliar a criança no encontro com o outro, com o mundo, com as descobertas, aprendendo o lugar que ocupa. Auxiliá-la a conhecer de forma não preconceituosa e livre. A escola tem o papel de ajudar na leitura do mundo para que ela se sinta segura para escolher seu caminho", diz. Além disso, a professora interpretou os recados que as crianças enviaram. "Me deixou inquieta a fala delas que estão com saudade de mim. Tivemos pouco tempo de contato, de relacionamento. Não foi suficiente para criar laços de cumplicidade. Entendi que mais do que saudade da educadora, sentem falta do espaço, do que viviam naquele lugar, das brincadeiras, os amigos, as histórias", explica. Luciana conta que mantém contato com as famílias por aplicativo de mensagens e que elas são bastante participativas e que ficaram emocionadas com o vídeo. "A ideia do vídeo é uma provocação para quem estiver assistindo, com a pergunta: o que é a escola?", diz. O canal dela no YouTube começou durante a pandemia justamente para manter a conexão com as crianças, e conta com outros conteúdos como histórias, canto e atividades lúdicas.