A Fundação Feac lançou uma campanha para ajudar famílias campineiras que estão em situação de vulnerabilidade social ou que ficaram sem renda
A Federação das Entidades Assistenciais de Campinas (Fundação Feac) lançou uma campanha para ajudar famílias campineiras que estão em situação de vulnerabilidade social ou que ficaram sem renda extra nesta quarentena por causa do novo coronavírus (Covid-19). A ideia da organização é doar um cartão mensal para cada família, no valor de R$ 200, por um período de cinco meses, para que elas possam fazer compras nas redes de supermercado e no comércio local. A campanha tem como objetivo arrecadar R$ 10 milhões e beneficiar cerca de 10 mil famílias em áreas da cidade onde a propagação do vírus é considerada maior. A entidade explica que doou R$ 5 milhões, mas a intenção é dobrar o valor com a ajuda de doações de empresários e da população em geral. O superintendente da Fundação Feac, Leandro Pinheiro, explica que a organização espera começar a entrega da primeira leva de cartões ainda neste mês. De acordo com ele, a opção pelos cartões de alimentação ocorreu por causa da logística. “É mais rápido e prático você entregar cartões do que ficar indo e voltando nas casas para distribuir cestas básicas”, destaca. “Além disso, com o cartão, nós pretendemos não só ajudar as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade, como também os pequenos comerciantes da região onde essas pessoas moram, porque elas vão acabar gastando o dinheiro em estabelecimentos próximos de suas residências. Ou seja, o dinheiro vai acabar circulando pelo bairro dela e, consequentemente, vai ajudar outras pessoas também”, ressalta. As doações — de qualquer valor — podem ser feitas pelo site da campanha (http://www.mobilizacampinas.org.br) ou na própria conta corrente da Fundação Feac. Para isso, basta fazer uma transferência para Banco Itaú (341), agência 8484, conta corrente 01637-6, em nome da entidade, que tem como CNPJ o número 46.002.176/0001-83. O #MobilizaCampinas também busca parceiros institucionais para que o movimento chegue ao maior número de pessoas. Para mais informações sobre a iniciativa é só ligar no telefone (19) 98111-034. Todo o valor arrecadado pelo movimento será destinado para as famílias de Campinas que estão em situação de vulnerabilidade social. Mapeamento Na semana passada, a Fundação Feac divulgou um estudo próprio, realizado com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no qual a organização apontava os bairros e regiões de Campinas onde há maior possibilidade de ocorrerem surtos de infecção pela Covid-19, caso medidas de restrição — como o isolamento e o distanciamento social — não fossem tomadas. Para identificar as áreas mais criticas do município, o mapeamento levou em consideração três aspectos: densidade demográfica das regiões analisadas, quantidade de pessoas pertencentes ao grupo de risco e acesso da população ao saneamento básico. No primeiro ponto mencionado, foi levada em consideração a quantidade de pessoas por km² em determinada localidade da cidade. Todas as áreas com mais de 1.472 habitantes por km² foram classificadas como de alta densidade demográfica — um dos aspectos que facilita e acelera a transmissão do vírus. No segundo aspecto, foi analisado a quantidade de moradores com mais de 60 anos que cada região da cidade possui. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os idosos são os que sofrem as consequências mais sérias da Covid-19. Por fim, o último aspecto levou em consideração à quantidade de moradores sem abastecimento de água. O estudo chegou à conclusão que existem espaços em Campinas onde nenhum morador tem acesso a itens de saneamento básico, o que os expõem à falta de recursos para as recomendações da OMS em relação à higienização básica contra a propagação do Covid-19.