PERÍODO CRÍTICO

Focos de queimada crescem 40,9% este ano em Campinas

Os próximos meses devem ser críticos devido ao tempo seco

Do Correio Popular
08/06/2022 às 09:57.
Atualizado em 08/06/2022 às 09:57
O fogo se alastrou ontem na Vila Militar, próximo à Anhanguera (Ricardo Lima)

O fogo se alastrou ontem na Vila Militar, próximo à Anhanguera (Ricardo Lima)

Os focos de queimadas cresceram 40,9% este ano em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do sistema BDQueimada, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e se referem ao período compreendido entre 1º de janeiro a 7 de junho de cada ano. 

Em 2022, o mês de maio foi o mais crítico e concentrou 41% de todos os focos de incêndio de 2021. Segundo Defesa Civil, que iniciou a Operação Estiagem no mês passado, os próximos meses devem ser de alerta, com o aumento de incidências devido à estiagem. 

Terça-feira (7), a reportagem flagrou um foco de incêndio dentro da Vila Militar, próximo à região da Rodovia Anhanguera. A fumaça espessa podia ser avistada de longe e a reportagem do Correio Popular não identificou ninguém monitorando, nem conseguiu resposta do Exército, responsável pela área, sobre o que havia ocorrido. 

A Defesa Civil também não identificou essa ocorrência. 

Problemas relacionados a esse tipo de queima são alvos da Operação Estiagem, que se iniciou em 1º de maio e segue até o 30 de setembro. Em todo o ano passado, a operação identificou 427 focos de incêndio junto ao Inpe, sendo a maioria, 166, ocorridos no mês de julho. 

Segundo o diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, é neste período em que o município convive historicamente com a estiagem, que avança a partir deste mês e se estende até setembro. "O período da estiagem é muito grave, porque ele tem influência direta na saúde pública, quando a temperatura cai e os problemas respiratórios aparecem. Quando você associa isso aos incêndios, você cria um caos na saúde pública", frisa.

Frio e tempo seco

Segundo o meteorologista do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), Bruno Bainy, a partir de hoje (8), o litoral receberá uma frente fria que trará chuvas para a região de Campinas. Para amanhã, há a previsão de quedas de temperaturas. Já o frio mais intenso deverá ser sentido a partir de domingo. 

"Ar de origem polar é frio e tem um baixo teor de vapor de água, então, ele provoca queda nas temperaturas e baixa a umidade relativa do ar", aponta Bainy. "Esta semana, devemos receber volumes importantes de chuva, com estimativas em torno de 20 milímetros. No entanto, o que os modelos de previsão subssazonal indicam é que, após esse episódio de chuvas, devemos ter um período mais seco, com chuvas abaixo da média, até meados de julho."

Para evitar a incidência de queimadas junto ao período seco, Furtado reforça que sejam monitorados espaços de vegetação e que, caso sejam constatadas as irregularidades, sejam acionadas as forças de segurança para a tomada de medidas. 

"A queima de material tem sido uma prática muito comum, o chamado incêndio provocado. Pedimos para que as pessoas não provoquem incêndios e, ao fazer a limpeza de um terreno, por exemplo, retire todo o material. Em relação à soltura de balões, que é crime, pedimos para que seja acionada a Polícia Militar, o 181 ou a Guarda Municipal.

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