CRIME ORGANIZADO

Força-tarefa policial investiga ligações entre facções e PMs

Duas operações, Rebote e Bandit, foram a campo cumprir mandados em várias cidades próximas a Campinas

Edson Silva/ Correio Popular
23/04/2021 às 15:21.
Atualizado em 21/03/2022 às 21:49
Carreta com cerca de 9 toneladas de maconha foi apreendida (à esq.) e sargento da Polícia Militar, Douglas Renê Witzel, preso ontem em Jundiaí (Deinter 7/ Sorocaba)

Carreta com cerca de 9 toneladas de maconha foi apreendida (à esq.) e sargento da Polícia Militar, Douglas Renê Witzel, preso ontem em Jundiaí (Deinter 7/ Sorocaba)

Uma verdadeira força-tarefa policial investiga de forma sigilosa ligações perigosas entre lideranças do crime organizado com policiais militares em crimes graves em várias cidades paulistas, algumas delas pertencentes à área do policiamento da região de Campinas.

Entre os presos ontem na operação Rebote, em Jundiaí, está o sargento da Polícia Militar Douglas Renê Witzel, irmão do governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel. Ele era um dos alvos da operação deflagrada pelo Ministério Publico Estadual e pela Corregedoria da PM, sendo levado para a Delegacia de Investigações Gerais (Dig) de Jundiaí e, em seguida, transferido para o presídio militar Romão Gomes, na capital paulista.

Dentro da casa foi encontrado um revólver calibre 38, com a numeração raspada e municiado com seis cartuchos intactos e um simulacro de pistola, uma munição íntegra calibre 32 e dezenas de cartuchos deflagrados, de calibres 380, 38 e 40.

O sargento alegou que não sabia que o revólver estava no local e que a arma seria do sogro dele, já falecido. O irmão do governador foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso proibido, uma vez que, apesar de ser de calibre permitido, o revólver estava com a numeração suprimida.

As operações deflagradas ontem pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo, visaram buscar localizar os suspeitos para interrogatórios.

As investigações são mantidas em sigilo desde setembro do ano passado e podem durar até pelo mais um mês para levar alguns envolvidos a julgamento.

Segundo o Gaeco, sem dizer quantos deles são do Primeiro Comando da Capital (PCC) ou policiais militares da ativa, entre os investigados estão acusados que devem responder por crimes graves, organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídio e ocultação de cadáver, furtos em caixas eletrônicos, entre outros.

Ação conjunta

Foi na manhã de ontem, o Gaeco deflagrou, em conjunto com a Promotoria de Justiça de Itapira e a Polícia Militar, por meio do Comando de Policiamento do Interior 2 (CPI-2), Operação Rebote, com apoio do 1º e 10º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), com foco nas atividades envolvendo a facção criminosa denominada Primeiro Comando da Capital (PCC). De forma integrada, a Corregedoria da PM iniciou diligências sobre a eventual participação de policiais militares no esquema criminoso alvo da Operação Rebote.

O objetivo era o de cumprir mandados de prisão e busca e apreensão nas cidades de Valinhos, Indaiatuba, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, Itapira, Estiva Gerbi, Jundiaí e Várzea Paulista.

Apreensões

Também ontem, outra Operação, a Bandit, esta da Polícia Civil, esteve em quatro outras cidades de São Paulo (Sorocaba, Mogi das Cruzes, Santos e São Paulo). A Operação Bandit resultou na apreensão de 9 toneladas de maconha.

Segundo a polícia, a apreensão foi em Mogi Mirim, cidade que estava fora do roteiro da operação, mas, a partir de informações surgidas no decorrer dos trabalhos, as equipes da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Sorocaba fizeram a apreensão do entorpecente na referida cidade.

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