Alana e Lucas: rodiz?o na Assist?ncia Social garante R$ 8.179 mensais ao casal (Reprodu??o/ Redes Sociais)
Duas portarias publicadas ontem pela Prefeitura de Campinas no Diário Oficial do Município promoveram a troca de funcionários em um cargo de assessoria na Secretaria de Assistência Social. Até aí, nada de mais, não fosse um detalhe: os funcionários são casados entre si.
Em uma das portarias, foi determinada a exoneração de Alana da Silva Martins Bueno, do cargo em comissão de Assessor Técnico Departamental IX. Em seguida, uma nova portaria nomeou seu marido, Lucas Alves Bueno, para a mesma posição, na mesma pasta. O salário é de R$8.179, 46, além do valor referente ao vale-refeição a que os funcionários da administração municipal têm direito.
O casal faz parte da Igreja Assembleia de Deus Ministério Belém de Campinas, do qual o deputado federal Paulo Freire é pastor presidente. Na internet, é possível encontrar fotos do casal em cultos e pregações e, em alguns banners de eventos religiosos da igreja em que Lucas e Alana aparecem como pregadores, há também a foto de Freire.
Em outra foto publicada pelo deputado em uma rede social, Lucas aparece com o vereador Professor Alberto (PL), que também faz parte da mesma denominação religiosa de Freire e pertence à mesma sigla partidária do pastor-deputado.
O professor de Direito Administrativo e Constitucional, César Babler, da Escola Superior de Direito, explica que embora a situação seja inusitada, não é irregular. “Os cargos de livre nomeação servem para que administração tenha liberdade de contratar quem quiser, desde que não fira o princípio da impessoalidade.”
Outro lado
Procurado pela reportagem do Correio Popular, Lucas não quis falar sobre o assunto. Da mesma forma, a assessoria de Paulo Freire disse que o assunto deveria ser tratado com Wandão (Wanderlei Almeida, PSB, vice-prefeito de Campinas) e que o deputado não tinha nenhuma ligação com a prefeitura.
Na mesma linha, o vereador Professor Alberto informou, em nota, que “não cabe a ele se manifestar sobre o assunto, uma vez que quem pode esclarecer sobre quaisquer nomeações no Executivo é o próprio Executivo.”
Em nota enviada à redação, a Prefeitura informou que “os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração” e que “as substituições desses profissionais fazem parte da rotina administrativa” do Executivo.