Implantação anunciada pretende ligar o Centro da cidade a Viracopos e a Hortolândia e Sumaré; licitação está programada para 2027
A proposta inicial é que o trajeto com destino a Hortolândia e Sumaré seja implantado na faixa de domínio da linha férrea já existente, usada para o transporte de carga; as duas obras deverão gerar 3 mil empregos diretos e indiretos (Alessandro Torres)
O Governo do Estado de São Paulo iniciou os estudos para implantação de duas linhas de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Campinas, com investimento estimado em R$ 4,5 bilhões. As duas sairão do Centro, uma ligando ao Aeroporto Internacional de Viracopos e a outra às cidades de Hortolândia e Sumaré, cada uma com 22 quilômetros de extensão e 18 estações. A previsão é que as linhas que beneficiarão cerca de 1,6 milhão de pessoas, o equivalente a metade da população da Região Metropolitana de Campinas (RMC). As obras devem gerar cerca de 3 mil empregos diretos e indiretos, segundo o governo.
De acordo com a expectativa da Secretaria Estadual de Parcerias e Investimentos (SPI), os estudos serão concluídos em 2026. A licitação para implantação e operação do serviço está programada para ser realizada no ano seguinte, coma as obras começando em 2028 ou 2029. O estudo faz parte de um contrato assinado entre o governo e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em fevereiro, para apoio técnico na estruturação dos projeto. O acordo inclui outras três obras de transporte ferroviário, os Trem Intercidades (TIC) para Santos e São José dos Campos e o VLT de Sorocaba. O acordo, feito por meio da Companhia Paulista de Parcerias (CPP), tem duração de 36 meses e custará aos cofres públicos US$ 12,2 milhões (R$ 65,97 milhões).
O BID prestará serviços de assessoria e conhecimento necessários para preparar as Parcerias Público-Privadas (PPP) que fazem parte do programa de mobilidade SP nos Trilhos. O VLT Centro-Viracopos será conectado ao TIC São PauloCampinas (Eixo Norte), que terá parada na Estação Cultura (antiga Fepasa). Esse empreendimento inclui novos dois serviços na RMC, com o Trem Intermetropolitano (TIM) devendo entrar em operação em 2029. Será um serviço parador, ligando Campinas a Jundiaí, com estações em Valinhos, Vinhedo e Louveira. O outro é o serviço expresso Capital-Campinas, com uma parada em Jundiaí, programado para começar a circular em 2031.
O PROJETO
“O VLT vai oferecer um transporte de melhor qualidade, mais rápido e com maior capacidade que o ônibus”, disse o secretário estadual de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, “Nós estamos investindo em transporte de massa, que está chegando atrasado em Campinas. Isso já deveria ter sido feito”, completou.
O serviço com destino a Viracopos seguirá pela Avenida Lix da Cunha, através da linha desativada da antiga Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, e passará pelos distritos de Campo Grande e Ouro Verde, sendo uma nova opção de transporte para essas regiões, que concentram cerca de 240 mil habitantes, o equivalente a 21% do total de Campinas – 1,13 milhão de pessoas. A viagem deverá durar cerca de 30 minutos. Já o VLT para Hortolândia e Sumaré deverá ser construído dentro da faixa de domínio da linha férrea já existente usada para transporte de carga. “Sem dúvida, é uma notícia sensacional para o futuro da mobilidade urbana na Região Metropolitana”, afirmou o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), em suas redes sociais.
Para o prefeito de Hortolândia, José Nazareno Zezé Gomes (Republicanos), o transporte ferroviário será importante para futuro. “O VLT vem ao encontro do que a cidade planeja para a mobilidade urbana nos próximos 30 anos, aliando crescimento econômico e sustentabilidade ao desenvolvimento. Menos carros nas ruas, menos tempo de deslocamento para pessoas e planejamento para quem chega e sai da cidade todos os dias.”
O estudo em andamento definirá os detalhes das linhas do VLT, como a localização das estações e as obras necessárias para circulação dos trens. Ele será a base para o lançamento do edital de licitação internacional para a execução das obras. A concorrência deverá ser realizada pelo modelo de Parceria PúblicoPrivada (PPP), com a vencedora responsável pela implantação e operação do serviço.
PACOTE
Os projetos do TIC São PauloCampinas e do VLT integram o programa SP Nos Trilhos, que reúne mais de 40 projetos estaduais de transporte de passageiros e cargas por ferrovias. Além de novos Trens Intercidades e VLTs, ele inclui mais linhas de trens urbanos e metrô. Ao todo, os projetos somam investimentos estimados em R$ 194 bilhões e mais de 1 mil km de malha férrea.
Dos projetos previstos no novo convênio assinado entre o governo e o BID, o VLT de Sorocaba terá 25 km e 12 estações. O investimento previsto é de R$ 2,5 bilhões, com a concorrência devendo ser realizada em 2027. Ele também será ligado ao Trem Intercidades, conectando a cidade a São Paulo (Eixo Oeste). A concorrência para esse TIC está prevista para ser lançada neste segundo semestre. O governo já realizou as audiências públicas para discussão do projeto. No momento, ele avalia as reivindicações das cidades de Alumínio e Mairinque para terem estações desse serviço. A linha cortará esses municípios, mas inicialmente não estavam previstas paradas.
Esse empreendimento tem investimento previsto de R$ 11,9 bilhões demanda projetada de 50 mil passageiros por dia. Já a concorrência para o Trem Intercidades São PauloSantos (Eixo Sul) está prevista para 2027, com investimento de R$ 15 bilhões. O prazo é o mesmo para o TIC CapitalSão José dos Campos (Eixo Leste), com um custo estimado de R$ 10 bilhões.
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