Guarda envolvido em briga volta ao trabalho

O guarda municipal Raimundo César Faustino, de 40 anos, flagrado agredindo um policial militar (PM) há duas semanas dentro de um estádio em Brasília, retornou ao trabalho esta semana. Ele atua na Central Integrada de Monitoramento de Campinas (CimCamp), que fica na sede da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), na Avenida Salles de Oliveira, na Vila Industrial. Faustino estava de licença médica de 15 dias, mas em 25 de agosto, quando estava afastado das funções por motivo de doença, participou de uma briga no Estádio Mané Garrincha, na Capital federal, durante partida entre Corinthians e Vasco. Membros das duas torcidas brigaram e o guarda municipal, que também é membro da torcida organizada Gaviões da Fiel, chutou um policial militar que tentava separar a briga. A GM abriu procedimento administrativo para investigar a conduta do guarda, que poderá ser demitido da corporação. Ontem, a Secretaria de Segurança informou que o caso seguirá sob sigilo. Faustino também é vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT) na cidade de Francisco Morato (SP). Apesar de não divulgar mais informações sobre o trabalho da Corregedoria da GM, o secretário de Segurança de Campinas, Luiz Augusto Baggio, afirmou no início da semana que o guarda deverá ser intimado nos próximos dias. Ele deverá prestar depoimento aos corregedores, que irão julgar uma punição, que pode ser advertência, afastamento ou demissão. Especialistas ouvidos pela reportagem afirmaram que a conduta do GM foi grave e são grandes as chances de ele ser demitido. A decisão, no entanto, não tem data para sair. Na quinta-feira (5), a reportagem conseguiu falar com Faustino, mas ele desligou o telefone sem responder a nenhuma pergunta. “Não tenho nada para falar, não”, disse, antes de interromper a ligação. O GM tem um histórico de indisciplina na corporação. Baggio informou que este ano, ao assumir a pasta, já tinha afastado o guarda por indisciplina e tirado seu porte de arma.“Ele já teve outros procedimentos administrativos, e agora abri mais um. Ele saiu do patrulhamento de rua no começo do ano e estava no monitoramento. O armamento dele foi retirado por conta de atos de indisciplina”, disse. O guarda acumularia faltas e desobediência recorrente ao comando. Faustino também é vereador na cidade de Francisco Morato, na Grande São Paulo, pelo Partido dos Trabalhadores, e é conhecido no meio político como Capá. Seu salário como parlamentar é de R$ 6,2 mil e na GM de Campinas, onde está desde 1999, seus vencimentos giram em torno de R$ 3 mil. Ele está impedido de frequentar os estádios de São Paulo por 90 dias. Por causa da confusão, o Corinthians foi punido e não terá torcida nos próximos quatro jogos. O time também foi multado em R$ 80 mil. Desculpas Na última terça-feira (3), o secretário de Segurança foi a Brasília para se encontrar com o comando da Polícia Militar do Distrito Federal. Ele formalizou um pedido de desculpas e afirmou que a conduta de Faustino constrangeu todas as corporações de guardas municipais do País, sobretudo, a GM e a população de Campinas. Baggio foi recebido pelo subcomandante-geral da PM de Brasília, coronel Paulo Sérgio Soares Sarmento, que recebeu das mãos do secretário um documento que detalha o trabalho de investigação que vem sendo feito pela GM. Veja também GM corintiano que agrediu policial tem ficha de indisciplina Vereador Raimundo Faustino se envolveu em briga de torcidas em Brasília