homenagem

Imprensa campineira lamenta morte de Eli

A imprensa de Campinas perdeu no início desta semana um dos jornalistas mais queridos pelos colegas de profissão e mais atuantes em causas sociais

Gilson Rei
02/07/2020 às 10:11.
Atualizado em 28/03/2022 às 23:36
Natural de Elias Fausto, Fernandes foi atropelado na Via Anhanguera (Leandro Ferreira/AAN)

Natural de Elias Fausto, Fernandes foi atropelado na Via Anhanguera (Leandro Ferreira/AAN)

A imprensa de Campinas perdeu no início desta semana um dos jornalistas mais queridos pelos colegas de profissão e mais atuantes em causas sociais: Eli dos Santos Fernandes, de 45 anos, que fez reportagens pelo Correio Popular e Diário do Povo, entre 1995 e 1998; e pela sucursal da Folha de São Paulo no início dos anos 90. Eli foi atropelado por um caminhão Mercedes-Benz, às 19h da última segunda-feira, no km 93 da Rodovia Anhanguera, sentido Interior-Capital, em frente ao Campinas Shopping. Nascido em Elias Fausto, Eli veio a Campinas para cursar Jornalismo na PUC- Campinas e fez sua carreira na cidade. Sempre sensível em suas reportagens, Eli se enveredou pelas matérias sociais, que denunciavam as desigualdades tanto na área do Trabalho, Saúde e Educação; como nas questões de igualdade de raça, cor, gênero e classe social. Depois de atuar na mídia, Eli partiu para as lutas sociais em movimentos encampados pelos partidos de esquerda. Foi fazer o que sentia na pele e no coração. Vivia sozinho e passava por problemas financeiros e de saúde. Centenas de colegas de profissão, ativistas sociais e pessoas que o conheceram lembraram de passagens bonitas dele por Campinas. Destacaram sua forma de atuar como “jornalista de rua”, aquele que gosta de investigar, sair para levantar as informações, sentindo nos olhos das pessoas o que elas têm a dizer. Ver de perto o que está realmente acontecendo para mostrar depois no jornal a informação mais fiel e verdadeira possível. O fotógrafo Ricardo Lima descreveu uma das reportagens, feita sobre trabalho escravo, e mostrou um pouco do estilo de Eli. O jornalista Marcelo José do Canto relembrou o início de Eli na reportagem e algumas histórias curiosas de sua trajetória. Dentre as centenas de postagens, Guilherme Fogagnol, DJ, artista visual e produtor de arte contemporânea, destacou: “Amigo, irmão, parceiro de trabalho e de casa, faleceu.” Além das centenas de reportagens nos veículos da cidade e textos que escrevia com maestria, o jornalista deixou o livro Colinas, Pará em parceria com Renato Manjaterra, que trata do assassinato do prefeito de Campinas Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, em 2001.

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