DÍVIDAS

Inadimplência recua 2,4% em Campinas

Dados são referentes à comparação interanual de fevereiro

Maria Teresa Costa
12/04/2018 às 08:13.
Atualizado em 23/04/2022 às 13:25
Contas demais, dinheiro de menos: apesar da melhora nos números, consumidores ainda enfrentam dificuldades (Cedoc/RAC)

Contas demais, dinheiro de menos: apesar da melhora nos números, consumidores ainda enfrentam dificuldades (Cedoc/RAC)

A inadimplência do consumidor medida pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) caiu 2,4% em fevereiro em Campinas na comparação com o mesmo mês do ano passado e 0,8% em relação a janeiro. Com isso, o acumulando no bimestre apresenta um recuo de 1,9%. Já a recuperação de crédito do consumidor teve um crescimento de 3,4% na comparação com fevereiro de 2017 - mas, no acumulado do ano, permanece negativa em 1,7%. A Boa Vista SCPC espera que o estoque de inadimplência permaneça em ritmo estável em 2018, com a perspectiva de crescimento da economia e da renda, juros menores e inflação controlada induzindo uma retomada sustentável da demanda por crédito. Na região de Campinas, a inadimplência recuou 1,8% em fevereiro e tem uma queda de 1,9% no acumulado do ano. Já a recuperação do crédito caiu 5,4% em fevereiro, acumulando uma alta de 0,6% no ano. O indicador de registro de inadimplência é elaborado a partir da quantidade de novos registros de dívidas vencidas e não pagas, enquanto o indicador de recuperação de crédito é elaborado a partir das exclusões de registros informadas à Boa Vista SCPC pelas empresas credoras. O economista e consultor de empresas José Roberto Oliveiros avalia que a expectativa é de um recuo lento no volume de atrasos dos pagamentos, caso as projeções de inflação controlada, juros baixos e melhora dos indicadores se confirmem. “Uma queda expressiva só virá quando houver uma recuperação do mercado de trabalho e melhoria da renda do trabalhador”, afirmou. O consumidor, segundo ele, procura pagar suas dívidas para poder ter crédito no mercado - mas isso ainda está difícil, porque, apesar da queda nos juros, as taxas continuam muito altas. Nos dois últimos anos, disse Oliveiros, a crise na economia gerou muita cautela nas famílias e retraiu o consumo, o que contribuiu para reduzir a inadimplência. Ele observa, no entanto, que essa redução desse início de ano está ligada também ao uso do 13º salário para quitação de dívidas em atraso, com os consumidores aproveitando os descontos oferecidos pelos credores nos “feirões” de renegociação de dívidas promovidos no fim do ano passado. Acic Levantamento da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) com dados de março mostram que a inadimplência persiste e teve um crescimento no primeiro trimestre da ordem de 1,85% na comparação com igual período do ano passado. Segundo a Acic, 48.407 boletos e carnês venceram e não foram pagos há mais de 30 dias, o que representa um endividamento de R$ 34,9 milhões. Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), o levantamento da Acic mostra o mesmo crescimento verificado em Campinas e um crescimento da inadimplência de 1,85% em março, com 115.255 carnês e boletos não pagos há mais de 30 dias, gerando um endividamento dos consumidores de R$ 83 milhões.

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