O cenário de destruição causado pelo fogo deu a verdadeira dimensão do incêndio ocorrido anteontem na área do Exército Brasileiro
O cenário de destruição causado pelo fogo deu a verdadeira dimensão do incêndio ocorrido anteontem na área do Exército Brasileiro, próximo ao entroncamento das rodovias Anhanguera (SP-330) e Dom Pedro I (SP-65) em Campinas. A área queimada foi de aproximadamente 1 milhão de metros quadrados, equivalente a 140 campos de futebol, e representou cerca 10% da área total da fazenda militar. As chamas arderam durante seis horas – aproximadamente entre 13h e 19h. Quem passou perto do local, um dia depois da ocorrência, teve a impressão de estar em uma área devastada em um bombardeio. O mar de cinzas e a secura atingiu uma extensão de aproximadamente três quilômetros às margens das duas rodovias, mas a fumaça não causou transtornos à visibilidade dos motoristas. Dentro da fazenda militar não houve prejuízo patrimonial, nem ocorrência de feridos, pois o local atingido é utilizado para instrução e treinamento militar em mata. O tenente-coronel do Exército, Eduardo José Lopes Gonçalo, explicou que o fogo surgiu de forma espontânea, possivelmente em função da baixa umidade relativa do ar. A secura do ar deixa as áreas de mata muito vulneráveis, afinal qualquer faísca pode causar incêndios, incluindo o calor dos raios solares em vidros e metais jogados. Além disso, o forte vento e a seca contribuem para que o fogo se alastrasse de forma rápida. Gonçalo disse que o incêndio só não foi pior porque as equipes do Exército e do Corpo de Bombeiros agiram rápido e com dois tipos de ações importantes de combate. “Agiram rápido na abertura de aceiros largos, estradas que não permitiram o fogo se alastrar ainda mais. Além disso, usaram a técnica do fogo contra fogo, que delimita a área de chamas, conseguindo controlar e evitar a expansão do fogo”, disse. Menos Focos Apesar do incêndio de grandes proporções anteontem na área militar, o número de focos de queimadas diminuiu drasticamente nos meses de estiagem de 2018 a 2019 em Campinas. Dados da Defesa Civil de Campinas demonstram que foram 63 ocorrências registradas de 1º de maio a 26 de agosto deste ano contra 212 no mesmo período do ano passado. Desde o ano passado, a Defesa Civil adotou o sistema de notificação de queimadas por meio do monitoramento via satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e todos os anos, realiza a Operação Estiagem, entre os meses de maio e setembro. A Defesa Civil, por meio de sua assessoria, explicou que tem intensificado a cada ano o trabalho preventivo, ajudando a combater focos de incêndios na cidade. Destacou que os treinamentos são constantes e que as vistorias preventivas aumentaram de um ano para o outro: foram 166 entre 1o de maio e 26 de agosto de 2018 e saltou para 291 no mesmo período de 2019. Um exemplo foi o treinamento feito dia 23 de agosto passado na Mata de Santa Genebra.