ao presidente

Jonas pede classificação de situação como grave

Solicitação ao presidente Bolsonaro foi feita pelo prefeito de Campinas na manhã deste domingo

Daniel de Camargo
22/03/2020 às 14:36.
Atualizado em 29/03/2022 às 16:38

O presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), pediu que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), passe a classificar, em seus discursos, como grave a situação da pandemia da Covid-19 no Brasil. A solicitação, considerada pelo chefe do Executivo campineiro como uma "humilde sugestão", foi feita na manhã deste domingo (22). Junto a prefeitos ou representantes de quase todas as capitais dos 26 estados mais o Distrito Federal, Jonas participou de uma teleconferência, transmitida ao vivo para a população por meio de uma rede social, que teve como figura principal o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. "O senhor é um homem que tem um carisma inegável", frisou Jonas, relembrando, em seguida, que Bolsonaro foi eleito com quase 58 milhões de votos. Por isso, contextualizou, influencia muitas pessoas por meio de suas falas. Apesar da possibilidade de gerar mais alarmismo, "nesse momento é melhor pecar para mais do que para menos". Anteriormente ao comentário de Jonas, não respondido por Bolsonaro, o presidente havia relembrando que, apesar de ter nascido em Glicério, foi registrado em Campinas. Para Bolsonaro, o momento é de união e o foco deve ser nas deliberações a serem feitas a partir de agora. "Cada um na sua esfera", enfatizou. As providências tomadas no passado, considerou, necessárias porque não havia como evitar o que está acontecendo, pela inexistência de vacina ou remédio. Bolsonaro disse ainda que por não ser formado na área da Saúde, obviamente, se aconselha com Mandetta. Porém, prove os meios a seus ministros para que possam trabalhar, inclusive com os prefeitos, que atuam na ponta do problema. "Dá nossa parte, como diz o Paulo Guedes, não faltarão recursos para a Saúde do nosso povo e manutenção de empregos. Não podemos criar clima de alarmismo no Brasil, porque as vítimas são os empregos", comentou, demonstrando preocupação com o aumento do desemprego. A prioridade, no momento, é atender idosos e cidadãos com problemas de saúde já existentes que possam ser infectados pela Covid-19. Consequentemente, vindo à óbito. É descabido, analisou, comparar o cenário brasileiro com o italiano e o francês, pois se tratam de países de porte e clima diferentes. Fora que, essas nações europeias tem a condição agravante de ter grande população idosa. "Como a chuva, no meu entender, o vírus vai passar", encerrou. DEMANDAS DA FNP Jonas leu ainda um documento resumindo as demandas da FNP. A proposta da Frente é que seja criado um comitê intrafederativo de gestão com a participação dos prefeitos para harmonizar as definições pertinentes ao enfrentamento da pandemia. No que diz respeito a destinação de recursos federais emergenciais, pede-se que sejam concentrados em grandes centros. "Quem adoece perto de uma capital ou grande cidade vai para lá", contextualizou. Há também preocupação quanto a habilitação de leitos temporários de internação e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Foi solicitado ainda o reforço de médicos, cubanos ou não, a disponibilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os profissionais da saúde e a normatização de afastamento desses servidores. Por fim, a FNP entende que o Ministério da Saúde deve interagir diretamente com as prefeituras, sem intermédio dos governos estaduais que, na visão do colegiado de chefes de Executivo, não trata bem todos os assuntos com as administrações municipais.

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