ITAPIRA

Mãe confessa que jogou corpo de filha no rio

Bombeiros e Defesa Civil fazem buscas para achar o corpo e o minimizar sofrimento da família

Alenita Ramirez
21/04/2020 às 10:48.
Atualizado em 29/03/2022 às 16:09

Após 50 dias de mistério sobre o desaparecimento de Ísis Helena, de um ano e 10 meses, a mãe, Jennifer Natalia Pedro, de 20 anos, confessou para a Polícia Civil ter jogado o corpo da filha no rio porque se desesperou ao notar que a menina tinha morrido engasgada com leite. A confissão aconteceu nesta segunda-feira (20), três dias depois de ela ter sido presa temporariamente por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. De acordo com a polícia, Jennifer contou que a menina estava febril e a medicou com Ibuprofeno e pela madrugada deu mamadeira para a filha e dormiu. Ao acordar por volta das 6h15 percebeu que a criança estava gelada, com a boca com espuma e leite e viu que a garotinha estava morta. Então ela levou o outro filho na creche, pegou sua moto na casa da mãe, retornou para casa, “muito temerosa com o que pudesse ocorrer, colocou o corpo da criança em uma mochila e dirigiu-se até as ‘duas pontes’, onde está localizado o Rio do Peixe (Itapira) e lá despediu da criança e jogou o corpo nas águas”. Ainda conforme a confissão, Jennifer disse ter visto o corpo da criança afundar, mas depois boiou e a perdeu de vista. Em seguida, ela voltou para casa e foi com a avó no mercado e na volta anunciou a subtração de Ísis. Há cinco dias, o Bombeiro Voluntário de Itapira e a Defesa Civil local fazem buscas no rio. Nesta terça-feira (21), eles retomam com a expectativa de ao menos acharem a roupa da criança, um body rosa. “Vamos percorrer novamente o rio, especialmente as curvas de nível e ver os barrancos para ver se a roupa enroscou em alguma coisa. Acreditamos que não há mais o corpo, mas temos esperança de achar alguma coisa para minimizar com o sofrimento da família e dar um enterro digno para essa criança”, disse o comandante do Bombeiro Voluntário, Gabriel Lovatto. Com a confissão, a Polícia Civil vai prorrogar a prisão temporária e posteriormente pedir a preventiva de Jennifer que deverá responder por homicídio culposo e ocultação de cadáver, segundo advogados. O defensor dela, João Benedito Camilo Pellisser, disse que hoje a visitará na cadeia e vai renunciar a defensa, já que houve quebra de confiança, uma vez que sua cliente lhe garantiu ser inocente. “Me comprometi em rede nacional. Não compactuo com mentira e a Jennifer mentiu para mim, escondeu a verdade”, disse. Segundo a polícia e os advogados, Jennifer mudou a versão por diversas vezes ao longo do inquérito e entrou em contradição. Ísis Helena estava desaparecida desde o dia 2 de março. A família mora em Itapira. Ísis nasceu prematura, com microcefalia e fazia uso de remédios controlados. A princípio, a versão da mãe era a de que a menina havia desaparecido enquanto ela saiu para ir ao mercado com a avó. No relato da mãe à época, a criança teria ficado na casa com o avô, que a família desconfia sofrer de Alzheimer. A mãe afirmava, então, que, quando voltou, a porta da casa estava aberta e a bebê não estava mais no local.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por