Após 17 dias, a babá de 18 anos que foi presa junto com o companheiro de 29 anos, suspeita de torturar o filho de 2 anos, em Campinas
Após 17 dias, a babá de 18 anos que foi presa junto com o companheiro de 29 anos, suspeita de torturar o filho de 2 anos, em Campinas, decidiu desabafar e pedir ajuda para rever e abraçar os filhos. A garota foi ameaçada de morte e proibida de chegar perto das crianças, por justiceiros, depois que o crime foi divulgado nas redes sociais. Em razão do suposto linchamento, K.D.S.M. foi levada pelo Conselho Tutelar para um abrigo de segurança. Ela nega conivência e garante que até então nunca tinha visto o marido bater nas crianças. A agressão contra o filho aconteceu quando ela estava em observação no Hospital Ouro Verde. O menino segue internado na pediatria do Hospital PUC-Campinas. “Quando vi meu filho convulsionando só pensei em socorrê-lo. As pessoas queriam satisfação, mas eu queria salvar meu filho. Até hoje não consigo entender porque me prenderam”, disse. K.D.S.M. foi detida pela Polícia Militar (PM) quando esperava informações do filho, na recepção do hospital. Disse que foi pega de surpresa. “Contei minha versão e os policiais me levaram até minha casa, em busca do meu marido. Ele não estava e saímos à procura. Quando retornamos, ele estava em casa e aí fomos levados para a delegacia”, contou. O casal foi preso em flagrante. Segundo a babá, o companheiro confirmou a agressão à criança e a inocentou. Ela foi levada para a cadeia feminina de Paulínia onde ficou até o dia seguinte, quando foi levada à audiência de custódia e liberada. “Voltei para minha casa e aí me avisaram que eu tinha que deixar minha casa, pois queriam minha morte. Fui ameaçada até na cadeia. Nunca fiquei longe dos meus filhos. Quero recomeçar minha vida ao lado dos três e do bebê que espero”, falou. K.D.S.M. é mãe de três crianças, sendo uma menina de 3 anos e dois meninos, o de 2 anos e outro de um ano e está grávida de quatro meses do quarto filho. Os três primeiros são de duas relações anteriores. Há um mês ela tinha ido morar com o pai do bebê que espera. O casal se conheceu havia seis meses. De acordo com a babá, desde o começo da relação, o atual companheiro a agredia. Foram ao menos cinco vezes. As agressões teriam começado após o anúncio da gravidez. Além de apanhar, ela era proibida de sair de casa e de contar para a família sobre as brigas. “O alvo era sempre eu. Nunca tocou nos meus filhos”, disse. “Ele não bebia, não usava drogas e não tinha demonstrado nenhum comportamento fora do normal”, falou. Segundo a jovem, o próprio companheiro confessou a agressão ao menino. Um dia antes, ele já tinha dado uma “voadora” na menininha porque ela queria ir com a mãe no trabalho e chorou. O menino foi espancado com um pedaço de madeira. O homem confessou que fez respiração boca a boca e a criança voltou a respirar e ele a colocou para dormir. A babá estava com uma infecção no rim e estava em observação no hospital. O companheiro estava só com a menina e o menino de 2 anos. O outro filho dela estava na casa do pai. Quando retorno a sua casa, na madrugada, encontrou todos dormindo e não notou nada de estranho. Só percebeu na manhã do dia seguinte quando viu o menino convulsionando. “Ele disse que bateu na cabeça do meu filho com um pedaço de pau porque ele fez cocô nas calças. Embrulhei meu filho em uma toalha e corri para a casa da minha mãe para pedir ajuda”, contou. K.D.S.M., está em liberdade provisória e será acompanhada pelo Centro de Referência e Apoio à Mulher (Ceamo).