Instalação foi projetada para realizar manutenções complexas
O novo hangar tem área construída de cerca de 35 mil m² e ocupa um terreno de 100 mil m² (Wagner Souza/AAN)
A Azul Linhas Aéreas concluiu nesta semana o primeiro serviço de manutenção complexa em aeronave no recém-inaugurado hangar no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, o primeiro construído pela própria companhia e o maior em operação na América Latina. Gerente geral de manutenções da empresa, Antonio Eick explicou que os trabalhos no Airbus A320neo foram de ordem estrutural e de sistema e duraram 15 dias úteis. A aeronave está liberada para uso e poderá operar pelos próximos dois anos sem a necessidade de nova assistência de grande importância. O gestor explicou que um avião necessita de revisão por três motivos: quantidade de pousos e decolagens, horas de voo acumuladas e períodos preestabelecidos em calendário. A última causa considera que alguns componentes se desgastam com o tempo, mesmo que não sejam utilizados com frequência. Hoje, a Azul tem aproximadamente 120 colaboradores trabalhando no novo hangar, sendo 70 técnicos de manutenção. Eick diz que parte da mão de obra, principalmente a especializada, precisou ser importada de outras localidades. Contudo, garante que já empregam trabalhadores de Campinas e região. Para os próximos anos, a projeção é de que sejam gerados entre 800 e 900 postos de trabalho diretos. Cada linha de manutenção, detalha, demanda em torno de 110 pessoas e a estrutura comporta até oito linhas. Ou seja, recebe até oito aviões A320 simultaneamente. Além do hangar em Campinas, a companhia possui outros três na Pampulha, em Belo Horizonte, que foram herdados da TRIP, que, por sua vez, os recebeu da Total Linhas Aéreas. “Nosso maior Hub é o de Viracopos. Desse modo, era lógico construir aqui para facilitar a logística”, frisou. Obras As obras tiveram início no final de 2018, e foram concluídas no primeiro semestre deste ano. Eick comentou que os serviços foram iniciados em março, com trabalhos de preservação das aeronaves, que estão sendo menos utilizadas por causa da redução nas operações provocadas pela pandemia da Covid-19. A situação de calamidade tem atrasado ainda a implantação de algumas repartições. Serão instaladas, futuramente, paradas especiais para troca de motores, áreas para revisão de componentes, entre outros. O novo hangar deve totalizar investimento em torno de R$ 150 milhões. A área construída é de cerca de 35 mil m², em um terreno de 100 mil m², com espaços reservados para instalações externas. O complexo de três andares inclui também escritórios, estacionamento, docas para caminhões e pátio.