CRISE

Mais duas prefeituras da região parcelam salários

Santa Bárbara d'Oeste e Sumaré dividirão pagamento de servidores, a exemplo de Americana

Bruno Bacchetti
07/10/2015 às 19:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 04:13
Em Santa Bárbara, o pagamento deveria ter sido realizado integralmente na última terça-feira, mas somente os funcionários que recebem o valor líquido de até R$ 800 tiveram seus salários integralmente depositados (  Cedoc/ RAC)

Em Santa Bárbara, o pagamento deveria ter sido realizado integralmente na última terça-feira, mas somente os funcionários que recebem o valor líquido de até R$ 800 tiveram seus salários integralmente depositados ( Cedoc/ RAC)

A crise da economia brasileira reduziu a entrada de recursos em duas cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) e afetou diretamente o pagamento dos salários dos servidores municipais. Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré não conseguiram pagar nesta semana o salário integral do funcionalismo público referente ao mês de setembro, e farão o pagamento de forma parcelada. Em Americana, que vive a pior crise financeira de sua história, a situação já vem ocorrendo desde agosto. Em Santa Bárbara, o pagamento deveria ter sido realizado integralmente na última terça-feira, mas somente os funcionários que recebem o valor líquido de até R$ 800 tiveram seus salários integralmente depositados. Para os demais servidores, incluindo secretários municipais e o prefeito Denis Andia (PV), foi depositado R$ 800 e mais 50% do restante líquido dos vencimentos. A Prefeitura conta atualmente com 4,5 mil servidores e cerca de 3,5 mil tiveram os pagamentos parcelados. A folha de pagamento da administração, com encargos, totaliza R$ 15,5 milhões. A Prefeitura alegou que não teve recursos para pagar todo o funcionalismo por causa da crise econômica do País, que afetou a arrecadação municipal, e prometeu quitar os salários no dia 20. O vale-alimentação foi depositado integralmente no primeiro dia do mês para todos os servidores municipais, assim como o depósito do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). “Em virtude da grave crise econômica que o País atravessa e o impacto direto que ela tem causado nas finanças de todos os municípios, a Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste, neste mês de outubro, realizará o pagamento do salário líquido de seus funcionários de maneira diferente do habitual”, justificou a Prefeitura, em nota. A administração barbarense afirmou, ainda, que tem trabalhado para reduzir as despesas para conseguir arcar com os promissos, entre eles a redução das horas extras. “Como não há uma perspectiva de curto prazo para a recuperação econômica do País, o Município já vem trabalhando insistentemente para a redução dos seus custos.” Já em Sumaré, a Prefeitura pagou o salário integral de 75% dos seus 5.584 servidores ativos e inativos. Os demais 25% receberão em duas parcelas. A primeira seria depositada ainda ontem e limitada ao teto de R$ 3,6 mil, e o restante na próxima quarta-feira. A medida atinge os efetivos e os comissionados em cargos de chefia e assessoramento. A justificativa é a mesma: a crise da economia brasileira, que por consequência reduziu a arrecadação. “A situação financeira da Prefeitura de Sumaré, como todas as demais prefeituras, é crítica por cauda da queda na arrecadação que afeta todas as esferas de governo do País, causada pela crise econômica que aflige todo o Brasil. Apenas nos três primeiros trimestres deste ano, a arrecadação total caiu 10,05%”, argumentou a administração. Diante da crise, a Prefeitura de Sumaré afirmou que desde o ano passado tem realizado medidas para cortar gastos, priorizar investimentos e otimizar a infraestrutura disponível nos diversos setores. No entanto, a prefeita Cristina Carrara (PSDB) não descarta cortes na folha e novas medidas de contenção de gastos. “A Prefeitura de Sumaré está sendo afetada não porque foi mal gerida, ou porque gastou demais, mas porque a situação econômica do Brasil está se deteriorando em ritmo acelerado”, enfatizou a tucana, por meio da assessoria de imprensa.

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