SEM TRÉGUA

Mesmo com chuvas, RMC continua sob risco de incêndios

Defesa Civil manteve a região em estado de emergência

Bruno Luporini/[email protected]
21/09/2024 às 12:38.
Atualizado em 21/09/2024 às 13:08
Ontem, durante a Marcha por Justiça Climática, ação de educação ambiental para futuras gerações ensinou crianças a plantar pequenas mudas de morango em vasos adubados (Kamá Ribeiro)

Ontem, durante a Marcha por Justiça Climática, ação de educação ambiental para futuras gerações ensinou crianças a plantar pequenas mudas de morango em vasos adubados (Kamá Ribeiro)

Apesar das chuvas, a Defesa Civil manteve a Região Metropolitana de Campinas (RMC) em estado de emergência para risco de incêndios. Temperaturas elevadas, baixa umidade relativa do ar e ventos mais fortes contribuem para que a situação se mantenha no nível máximo de alerta. Segundo levantamento do MapBiomas Brasil, quando se compara o período entre os meses de janeiro a agosto de 2020 e 2024, houve um aumento de 301% na quantidade de hectares queimados em Campinas (1129 ha), 500% em Santo Antônio da Posse (883 ha), 233% em Monte Mor (550 ha). Essas são as três cidades mais atingidas da região.

Segundo informações do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, as temperaturas continuam elevadas neste final de semana, com previsão de 32ºC para hoje e 35ºC para amanhã, com risco de pancadas de chuva pontuais. Para o meteorologista Bruno Bainy, a expectativa de chuvas para a próxima semana é baixa, mas há indicativos de médio prazo que sugerem novas precipitações pluviométricas para o final da outra semana, “Será necessário acompanhar as condições de tempo e novos dados de previsões dos próximos dias”, afirmou. Ele reforçou que apenas a chegada de chuvas regulares colocará fim ao período de estiagem.

CONSCIENTIZAÇÃO

Ontem, no Largo do Rosário, em Campinas, foi realizada a Marcha por Justiça Climática. Durante o evento ocorreu uma ação voltada para as crianças. Reunidas em uma roda, uma educadora ensinou como plantar pequenas mudas de morango em vasos adubados. Janaina Gomes, uma das idealizadoras da ação e mãe de duas crianças, comentou que essa ação foi desenvolvida pensando na educação ambiental das futuras gerações. “Além de acolher mães que queiram fazer parte do movimento, é uma ação importante para que as crianças distribuam as mudas para os participantes em uma ação de aprendizagem e conscientização”. Luciana Alvares, também idealizadora da iniciativa, acrescentou que é muito importante inserir e discutir com as crianças as questões a respeito do clima, pois elas também são sujeitos políticos em fase de formação. “É impossível não notar as mudanças climáticas, a insalubridade do ar, e as crianças estão cada vez mais conscientes sobre isso.”

Para a organizadora do evento, Aline Schmidt, a discussão sobre o clima precisa ser permanente e em nível global. “Várias agendas, como a 2030, foram assinadas por muitos países, mas os governos têm sido muito incapazes de implementá-las”, lamentou. Ela ressaltou que tanto as populações rurais quanto as urbanas sofrem com os efeitos dos extremos climáticos. “Precisamos dessas mobilizações para que possamos pensar em novos modelos de organização da vida e de produção”, concluiu.

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