complexo ferroviário

Mudança dos camelôs é acelerada

O presidente da Setec, Arnaldo Salvetti, revelou que tem 60 dias para apresentar ao MPE um plano de remoção dos camelôs da região central de Campinas

Alenita Ramirez
21/08/2019 às 07:54.
Atualizado em 30/03/2022 às 17:19

O presidente da Serviços Técnicas Gerais (Setec), Arnaldo Salvetti, revelou ontem que tem 60 dias para apresentar ao Ministério Público Estadual (MPE) um plano de remoção dos camelôs da região central de Campinas para o novo espaço que integra o Complexo Ferroviário próximo à Estação Cultura. A remoção dos vendedores da área central da cidade foi determinada pelo MPE em 2011. Há um mês, camelôs, representantes da Prefeitura e Setec se reuniram como promotor de Justiça, Valcir Paulo Kobori, que determinou prazo de 90 dias para a entrega de um projeto final. Em maio do ano passado, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) apresentou para o Executivo um pré-projeto para a instalação do Centro Popular de Compras em um barracão de 18 mil metros quadrados, que pertence ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Pela proposta, a área seria cedida por um prazo de 20 anos, renováveis. A proposta está sendo avaliada pela Setec, Prefeitura e o sindicato dos camelôs (Sindipeic). Segundo o vice-presidente da categoria, Carlinhos Camelô, 70% dos 1,2 mil informais e permissionários cadastrados são favoráveis à transferência. “A proposta de mudança é interessante, pois vai dar segurança e melhoria para a categoria. Além disso, haverá estacionamento para os consumidores, mas temos que decidir isso em assembleia. Porém, neste momento precisamos concluir o estudo para apresentar ao promotor”, disse. De acordo com Salvetti, o prédio indicado para abrigar os camelôs é tombado e precisa passar por reformas. E para que isso ocorra é necessário autorização do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Condephac), que também já foi solicitada. “Estamos alinhando tudo neste projeto final. Inclusive o fato de que é necessário fazer uma licitação para contratar uma empresa que fará a obra no prédio”, disse o presidente da autarquia. A construção das lojas será bancada pelos próprios vendedores. Segundo Salvetti o espaço será destinado aos camelôs que são cadastrados e não será permitida a inclusão de novos. A remoção dos camelôs da região central está relacionada ao projeto de revitalização de toda a área e também para desobstruir os acessos aos comércios formais e escritórios localizados na região onde estão atualmente. Vistorias feitas no espaço no ano passado, apontaram riscos de incêndio. Em outubro do ano passado, uma loja de utilidades domésticas e dois depósitos localizados na Rua José de Alencar, no entorno do Terminal Central, foram atingidos por um incêndio. Por sorte ninguém ficou ferido. Além do livre acesso, é exigido para a área a instalação de hidrantes. A intenção da Administração era transferir o camelô até 2020, mesmo período que ocorre a ligação geral do BRT (Bus Rapid Transit). Pelo projeto, o Terminal Central será a referência do Corredor Ouro Verde, que fará a ligação com o Corredor Campo Grande até a rodoviária, por meio da "Área Branca". Entretanto, o secretário de Transportes e presidente da Emdec, Carlos José Barreiro, garantiu que as obras do BRT não vão refletir no camelódromo. “Estamos estudando o que é melhor para o futuro dos camelôs. Precisamos de segurança, pois com as mudanças de governos, sempre há ameaças de nos tirar de onde estamos”, disse a presidente da categoria, Maria José Massaioli Salles, a Zezé. A remoção envolve todos os camelôs instalados nas ruas Jaime Ulhôa Cintra e Álvares Machado. São aproximadamente 1,2 mil ambulantes.

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