Usando diversas estratégias, entre elas o lança-gato usado para resgatar pipas em telhados, quadrilha apavora moradores
Nem mesmo o portão robusto, a cerca elétrica e o sistema de câmeras afastam a bandidagem da região (Wagner Souza/AAN)
Uma onda de roubos e furtos a residências vem assustando moradores da Vila União, em Campinas. Os criminosos usam de estratégias diferentes para invadir os imóveis sem serem notados. Eles simulam que estão atrás de pipas, jogam o lança-gato no telhado de qualquer casa para ver se há morador e quando não saia ninguém no quintal, escalam o muro, depois sobem no telhado fingindo que vai retirar o fio e aproveitam para pular no quintal do fundo e ganhar o interior da casa. No último dia 11, um casal de comerciantes sofreu um furto com esta nova modalidade. Enquanto o marido foi trabalhar, a mulher foi na casa da mãe, de 83 anos, no bairro vizinho. O imóvel ficou sem ninguém. “Meu marido foi o primeiro a chegar em casa e deparou com os quartos revirados e sem uma das TVs. Na hora fiquei revoltada. Não consegui imaginar como tinham entrado em casa e passei a buscar por imagens”, contou Maria Aparecida Souza Novais. Além da TV, também foram furtadas três joias. Maria só descobriu o método da invasão quando viu as imagens no sistema de segurança de uma casa vizinha, que mostravam a ação do bandido. Ele usou a grade do quintal da frente como escada para subir no telhado, passeou mansamente no telhado até chegar na parte dos fundos, onde pulou no quintal dos comerciantes. Segundo a vítima, o bandido entrou na casa por uma porta lateral e ficou no imóvel por cerca de 40 minutos. Ele revirou guarda-roupas e cômodas. Saiu pelas portas da frente, como se fosse morador. “Foi muita ousadia”, disse a comerciante que garante que esta é a segunda vez que tem a casa furtada. No mesmo dia, outra moradora do bairro, em rua nas proximidades, também foi surpreendida pela nova tática dos criminosos. Cansada de ser surpreendida por bandidos e com trauma, a comerciante Tamara Molina Garcia, de 37 anos, decidiu mudar de bairro e até de Estado. Em busca de tranquilidade, há um mês a família deixou a Vila União e foi para Umuarama, no Paraná. “Meu filho ficou traumatizado. Não havia mais segurança. Colocamos câmaras de segurança, tomamos outras medidas de segurança e nada resolveu”, disse. Ela e a família foram vítimas duas vezes de furtos e de mais duas tentativas de roubos. A Polícia Militar do Estado de São Paulo informa, por nota, que no período de 20 de julho de 2020 à 19 de agosto de 2020 ocorreu 1 furto a residência e nenhum roubo, na Vila União e imediações. A corporação garante que operações contra esses crimes são frequentes na região.