Situação exige muito jogo de cintura e rede de apoio; ajuda é sempre bem-vinda
A consultora de Recursos Humanos Stella Caram, mãe solo do Liam, de 2 anos, aproveita os espaços ao ar livre disponíveis em seu condomínio (Gustavo Tilio)
Férias escolares é o período perfeito para exercitar a criatividade e deixar ela extravasar. E, ainda, tempo dos pais usarem a imaginação para entreter as crianças que, sem a frequência na escola, dão um pouco mais de trabalho. Para piorar, o período chuvoso é uma circunstância impeditiva para as atividades ao ar livre. Seja qual for o clima, os pais e responsáveis precisam “rebolar” até que as aulas sejam retomadas. Para a consultora de Recursos Humanos, Stella Caram, mãe solo do Liam, de 2 anos, os dias têm exigido muito jogo de cintura.
"Estou entre surtos e tentativas de não surtar", brincou. "Tenho buscado qualquer coisa que não gaste muito, como ir a algum parque público, por exemplo. Também opto, quando consigo, a ir em restaurantes que ofereçam áreas de brinquedos para crianças. Assim, ele fica entretido e eu consigo comer com mais tranquilamente". Ela explica que costuma até ficar um pouco mais de tempo no lugar, para que o filho brinque e gaste bastante energia. Entretanto, quando está em casa, Stella se desdobra para conseguir atrair a atenção do filho e fazer com que ele se divirta.
"Como moro em condomínio, consigo ir descer com ele ao ar livre para bater uma bola, evitando ficar o tempo todo com ele em ambientes fechados. E, assumo, às vezes deixo ele um tempo na tela, seja da TV ou celular. Quando preciso fazer alguma coisa do trabalho ou algo que exija um pouco mais de mim, a “Galinha Pintadinha” (referindo-se ao personagem infantil) me salva.”
A consultora mora sozinha com o filho, que está de férias desde o dia 10 de dezembro do ano passado. Inicialmente, a mãe dela, avó do garoto, ajudou ficando com ele por duas semanas, até que ela também entrasse em férias do trabalho. "Retorno no próximo dia 16 a trabalhar e, por isso, temos sido somente eu e ele nas 24 horas. É o tempo todo dedicado a ele, então, tento fazer o que é possível."
Mãe ajuda mães
Desde o período da pandemia, quando algumas famílias não puderam interromper as atividades profissionais mesmo estando com crianças em casa, Márcia Marcelino resolveu ajudar outras mães, que, como ela, são solo. Decidiu abrir o espaço da sua própria casa para receber outras crianças, além do próprio filho. Mãe de uma criança com Síndrome de Down de 6 anos, Márcia costuma ter em casa outras seis crianças com idades variadas, geralmente, dois por dia. "A gente acolhe os filhos das outras mães e tentamos ajudar umas às outras, porque sabemos, na pele, como é difícil não dispor de uma rede de apoio. Fiz disso a minha atuação profissional. É uma responsabilidade maior, mas eu gosto."
Ela explica que, com a experiência e vivência adquirida com profissionais que lidam com crianças, consegue trabalhar com as diferentes idades. "Procuro oferecer atividades direcionadas às diferentes idades. Como sou assistente social e trabalhei com pedagogas e psicólogas aprendi muita coisa e utilizo esse aprendizado aqui no dia a dia."
Perto da casa dela há uma praça e bosque, onde ela costuma levar as crianças. “Às vezes, sugiro que eles colham materiais e elementos naturais, como gravetos, folhas e flores, e usamos a criatividade em alguma atividade. Já até fizemos mandalas com gravetos". Até na hora de organizar o lanche dos pequenos, ela aproveita para incluí-las na atividade. "Eles adoram as oficinas de culinárias, que são uma brincadeira para eles e, para mim, uma maneira de chamar a atenção para a alimentação, além de uma mãozinha extra de ajuda. Acredito que eles desenvolvem um olhar de cuidado", avalia.
Para entreter seu filho
A educadora física Priscila Ribeiro é uma personagem conhecida entre as famílias da cidade como a "Mãe do Filhão". Desde que o filho tinha por volta dos 5 anos, Pryscila passou a publicar brincadeiras educativas e criativas para que mães e pais possam realizá-las com seus filhos em casa. Ela mantém uma comunidade na internet, onde divulga frequentemente ideias e promove, inclusive, encontros para a socialização das crianças.
A página que mantém no Facebook se chama "Diversão Gigante - Jogos". Nela, existem dicas e sugestões para as mais diferentes faixas etárias. Ela também tem um canal no YouTube "Maternoamoreterno", com vídeos diversos sobre sugestões do que fazer com os filhos dentro e fora de casa.
Além das sugestões da Pryscila, uma dica poderosa é a de juntar os amiguinhos em casa ou fazer um revezamento entre as casas para que as crianças tenham um entretenimento e os pais possam obter um tempo próprio para as suas atividades. Outras opções são piquenique nas praças e parques da cidade, um acampamento do quintal e até mesmo fazer com que usem a imaginação, criando um jogo com as próprias regras.
SAIBA ONDE PODE IR
✔ Parque do Taquaral (Parque Portugal) Av. Dr. Heitor Penteado s/nº, Parque Taquaral
✔ Bosque dos Jequitibás Rua Cel Quirino, 2 - Bosque
✔ Pedreira do Chapadão Av. Marechal Rondon, s/n - Praça Ulysses Guimarães
✔ Praça do Coco Rua José Martins, 738 - Barão Geraldo
✔ Observatório de Capricórnio (Observatório Municipal) Estr. Serra das Cabras, s/n - Joaquim Egídio
✔ Torre do Castelo Praça 23 de Outubro - Jd Chapadão
✔ Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim Rod. Heitor Penteado, Km 3 - Vila Brandina
✔ Museu de História Natural Rua Doutor Quirino, 2 - Bosque dos Jequitibás
✔ Bosque dos Italianos Rua Doutor Miguel Penteado Jardim Guanabara