No imóvel também foram encontrados receitas, carimbos e atestados com assinaturas de médicos que seriam da rede pública de Campinas
(Divulgação)
Cerca de 300 medicamentos supostamente de origem ilícita foram apreendidos pela Polícia Militar (PM), na noite desta segunda-feira (23), durante patrulhamento de rotina de agentes da Força Tática no bairro São José, em Campinas. Um homem de 56 anos foi detido, mas liberado após prestar depoimentos na 2ª Delegacia Seccional. Na casa dele, os policiais acharam, além dos remédios, talões de receitas, carimbos de médicos e R$ 1,7 mil em dinheiro. O homem confessou que vendia os remédios em sua residência. Os policiais chegaram na casa do suspeito, após um morador do bairro parar os agentes e informar que havia um homem de alcunha Bola comercializar de forma ilegal, remédios “roubados”. De posse dos dados, os policiais seguiram até o endereço indicado e depararam com três homens em frente a casa e durante a revista pessoal, os agentes localizaram o dinheiro. O homem, J.M.T., então confessou que vendia remédios em sua casa. No imóvel, foram achados alguns remédios de uso controlado, inclusive de transtornos mentais e de ansiedade, e também medicamentos receitados para o tratamento de pacientes com Covid-19, como ivermectina e azitromicina, que no auge da pandemia chegaram a faltar nas farmácias. Também foram localizados carimbos e receitas com nome e número de médicos cadastrados no registro do Conselho Regional de Medicina (CRM) e que supostamente trabalham no Pronto Socorro do São José e no Hospital Municipal Ouro Verde. Também foram apreendidos atestados e documentos com o brasão da Prefeitura. De acordo com a polícia, o homem guardava no imóvel, folhas de rascunho onde anotava o horário dos plantões dos médicos das duas unidades e ele teria confessado que realizava a venda baseado neste cronograma. As receitas e atestados eram comercializados por R$ 50, já o valor dos remédios variava de acordo com o tipo de cada um dos produtos. O material foi apreendido e encaminhado para a perícia. O caso, registrado como localização e apreensão de objetos, será investigado pelo 2º Distrito Policial (DP), no bairro São Bernardo. O homem poderá responder por receptação, tráfico de drogas e crime contra a saúde pública. A Prefeitura de Campinas informou que o homem não é servidor público e até a publicação desta reportagem, está checando se os médicos que constam nos carimbos e receitas são servidores públicos.