Os policiais civis de Campinas devem começar a fazer atendimento ao público com equipamentos de segurança como luvas, máscaras concedidos pelo Estado
Depois de mais de uma semana de uma série de medidas implantadas por órgãos públicos e privados para evitar a propagação do coronavírus e a sobrecarga do sistema de saúde, somente a partir desta quinta-feira (19), estava previsto para que os policiais civis de Campinas passassem a fazer atendimento ao público com equipamentos de segurança como luvas, máscaras concedidos pelo Estado. Até então, alguns agentes estavam comprando os materiais com recursos próprios. O Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 2 (Deinter), comprou os equipamentos na semana passada e distribuiria no dia de hoje. Além disso, desde esta quarta-feira, as delegacias do Estado passaram a funcionar em regime especial. A medida prevê que apenas casos de violência doméstica ou contra crianças e adolescente; homicídio e desaparecimento de pessoa; estupro, sequestro e cárcere privado; roubo ou extorsão e situação de flagrante devem ser pessoalmente, ainda sim com restrições. As demais situações devem ser feitas pela internet. “Estamos em uma excepcionalidade e pedimos para que não haja aglomeração nas unidades. Se perceber que o plantão está cheio, evacue o local”, orientou o diretor Deinter, José Henrique Ventura. A mudança nas unidades ocorreu depois que o delegado-geral de polícia, Ruy Ferraz Fontes, baixou uma portaria com normas genéricas para serem seguidas pelas unidades. A regra foi editada no mesmo dia que a presidente do Sindicato dos Delegados (Sindpesp), Raquel Kobashi Gallinati, ingressou com ação na Justiça para que o governo tomasse medidas para evitar a propagação do coronavírus nos distritos policiais paulistas e garantisse a segurança dos policiais e da população. A ação incluía pedido de liminar, que foi concedida na tarde desta quarta-feira pelo Tribunal de Justiça (TJ). “São medidas de bom senso, que estão sendo adotadas em todo o Brasil”, frisou Raquel. Pela medida ditada pelo delegado-geral, o policial não pode recusar a prestar atendimento a quem procurar a delegacia, porém ele pode orientar a pessoa a fazer tudo pela internet, desde que a ocorrência não exija exame pericial ou do IML e não seja com uso de violência. “Recomendamos para que o cidadão mantenha distância do policial para evitar contato de mão e de saliva. Só vá a delegacia em casos necessários, e não precisa ir toda a família. Apenas a vítima. Crimes contra a honra, injúria, casos que não sejam graves, façam on-line”, pediu o diretor do Deinter. Também como medida preventiva, Ventura orientou a adoção de senha nas unidades para limitar o ingresso de pessoas nas áreas comuns dos prédios. Os cursos de especialização da Polícia Civil foram suspensos e agora é analisado pelo Diretor da Academia de Polícia a suspensão presencial do curso de formação. Em Campinas, ao menos 70 novos policiais civis fazem curso no prédio da 2ª Delegacia Seccional. GM O secretário de Segurança Pública Municipal de Campinas, Luiz Augusto Baggio, também adotou algumas medidas de prevenção para a Guarda Municipal (GM). Entre elas constam a higienização das viaturas na troca de guarnição, de equipamentos usados pelos guardas e uso de máscara e luvas, inclusive de guardas que atuam em unidades de saúde, além do álcool gel. “No setor administrativo, a maioria vai trabalhar home-office. Haverá revezamento nos casos de suporte, Recursos Humanos e secretaria e atendimento ao telefone. A medida foi tomada para que seja evitado aglomeração e consequentemente a contaminação. Infelizmente não podemos mexer com o operacional”, disse Baggio. O curso de atualização dos guardas também foi suspenso por tempo indeterminado. Ontem terminou a última turma de 30 alunos, que estava fazendo curso. PM Já a Polícia Militar (PM), que atua com o policiamento ostensivo, informou que o policiamento será mantido e potencializado a presença nas ruas, para que as pessoas possam cumprir as orientações dos órgãos de saúde. “Cabe também orientar à população que, em contato com o policial militar no atendimento de ocorrência, em caso de sintomas de gripe ou resfriado, como tosse, febre ou falta de ar, que a pessoa busque cobrir boca e nariz, com a mão ou um pano, para conversar com o policial”, frisou em noma a corporação. “A existência de sintomas pelo cidadão não interferirá no atendimento de emergência da Polícia Militar”, acrescentou.