em paulínia

Prefeito acusa vice de 'golpe' em vídeo na web

O prefeito de Paulínia, Dixon Carvalho (PP), utilizou as redes sociais para acusar o vice-prefeito Sandro Caprino (PRB) de comandar um grupo

Maria Teresa Costa
10/09/2018 às 07:17.
Atualizado em 22/04/2022 às 04:33
Chefe do Executivo de Paulínia, Dixon Carvalho (PP): plenário delibera hoje se cassa ou não ele e 12, dos 13 vereadores (Leandro Ferreira/AAN )

Chefe do Executivo de Paulínia, Dixon Carvalho (PP): plenário delibera hoje se cassa ou não ele e 12, dos 13 vereadores (Leandro Ferreira/AAN )

O prefeito de Paulínia, Dixon Carvalho (PP), utilizou as redes sociais para acusar o vice-prefeito Sandro Caprino (PRB) de comandar um grupo que, desde o início do mandato, tenta desestabilizar seu governo a qualquer custo. “Um grupo que, incansavelmente, está procurando a Câmara para promover aquilo que nós chamamos de golpe”, disse, em um vídeo de pouco mais de seis minutos. Dixon e 13 vereadores começam a ser julgados hoje pela Câmara Municipal pela acusação de compra de votos. Ele teria, segundo a denúncia, nomeado cabos eleitorais e parentes dos vereadores para cargos na Prefeitura, em troca do apoio de parlamentares para barrar investigações contra ele. A Comissão Processante concluiu pela procedência da denúncia contra 12 dos 13 parlamentares denunciados, e contra o prefeito. Dixon disse, no vídeo, que sua atitude é de fazer coisas corretas, ao contrário do vice-prefeito. Afirmou que deu uma oportunidade a Caprino para estar junto com ele na eleição e no governo, mas que se decepcionou. “Quando ele foi presidente da Câmara, a empresa que prestava serviço de lixo em Paulínia cobrava R$ 8 milhões por mês e ele nunca falou nada. Ele veio falar de mim, que reduzi de R$ 8 milhões para 3 milhões por mês o custo do lixo”, afirmou. O vice-prefeito rebateu as acusações e disse que “há uma quadrilha em Paulínia roubando os cofres públicos e quem conduz é o prefeito”. Caprino afirmou que Dixon mente quando diz que deu uma oportunidade a ele na eleição. “Se não fosse nosso grupo político, ele não ganharia a eleição”, afirmou. Para o vice-prefeito, o problema do prefeito é que “quando uma pessoa é fracassada, incompetente, é mais fácil culpar os outros do que reconhecer seus erros”. Caprino afirmou que, como vice-prefeito, não tem poder de fazer licitações, nomear, ou qualquer ato administrativo. “Os contratos emergenciais são do Dixon, não meus. Ele tem a caneta na mão.” O prefeito também criticou, no vídeo, os vereadores da oposição, sem citar os nomes. “Quero relembrar também aquele vereador que falou que ia colocar esse prefeito na cadeia e hoje ele está lá, para minha tristeza, porque conheço a família dele. São pessoas do bem. Não sei onde essa pessoa se desviou”, disse, referindo-se a Kiko Messchiatti (PRB), que está preso em Limeira por passar dinheiro falsificado no comércio. Falou também do presidente da Comissão Processante, Tiguila Paes (PPS). “Ele está sendo indiciado por práticas ilícitas em cima de vendas de habitação. Essas são as pessoas que tiveram os interesses quebrados”, disse. O Correio não conseguiu contato ontem com o vereador. Dixon afirmou que essas pessoas têm passado podre, imoral. “Eu não quero essas pessoas dentro da Prefeitura enquanto eu for prefeito. Por isso estou falando e revelando tudo isso, para todos saberem porque eu estou sendo perseguido”, afirmou. Votação A sessão da Câmara começa às 9h e vai votar relatório da Comissão Processante que julgou procedente a denúncia do morador de Paulínia, o sargento aposentado da PM, Luiz Lima, de que 13 vereadores dos 15 vereadores da Casa teriam rejeitado a instalação de investigação no Legislativo contra o prefeito em troca de favores e vantagens indevidas. Dos 13 denunciados, a comissão isentou o presidente da Câmara, Du Cazollato (PSDB), porque, como estava na presidência do Legislativo, não votou a instalação de duas comissões especiais de inquérito (CPI) para investigar o prefeito em denúncia de fraudes em licitações. No relatório, a comissão afirma que os parlamentares agiram de modo incompatível com a dignidade do decoro do cargo e violaram o princípio da legalidade e da moralidade. O plenário vai deliberar se cassa ou não o prefeito e os vereadores Zé Coco (PV), Fábio Valadão (PRTB), Fábia Ramalho (PMN), Xandynho Ferrari(PSD), Marcelo D2 (PROS), Marquinho Fiorella (PSB), Danilo Barros (PR), Flávio Xavier (PSDC), Loira (PSDC), João Pinto Mota (PSDC), Edilsinho Rodrigues (PSDB), Manoel Filhos da Fruta (PCdoB). A sessão ocorrerá com a participação dos suplentes de vereadores.

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