patrimônio histórico

Prefeitura desapropria prédio da Cervejaria Columbia

O edifício, que é patrimônio histórico de Campinas, fica na Avenida Andrade Neves e será transformado em uma creche com capacidade para 360 crianças de zero a cinco anos

Maria Teresa Costa
05/10/2020 às 15:43.
Atualizado em 27/03/2022 às 23:45
    (Leandro Ferreira / AAN)

(Leandro Ferreira / AAN)

A Prefeitura desapropriou, por R$ 8 milhões, o prédio da antiga Cervejaria Columbia, patrimônio histórico de Campinas, na Avenida Andrade Neves, de propriedade da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), para a construção de uma creche com capacidade para 360 crianças de zero a cinco anos. Segundo a secretária de Educação, Solange Pelicer, o local é estratégico para suprir o déficit de 147 vagas na região central. "É perto do terminal central e também da estação do BRT", disse. Jonas afirmou que é um investimento importante e que os recursos retornarão na forma de dividendos sobre o lucro da Sanasa, uma vez que a Prefeitura é acionista majoritária da empresa. O projeto está em fase de adequação, segundo Jonas, para a liberação da licitação da obra. A Sanasa tentou vender a antiga cervejaria em 2010 em um leilão, mas não recebeu lances. Na época estava avaliada em R$ 4,1 milhões. O prédio é um dos imóveis que foram adquiridos ao longo dos anos com a perspectiva de expansão da Sanasa, mas que hoje se mostram um capital imobilizado. Há dois anos teve início um inventário dos imóveis que a Sanasa possui e que não estão sendo utilizados, para colocá-los à venda. São terrenos e construções, alguns deles adquiridos para abrigar futuras elevatórias de água e esgoto. Em 2004, quando pertencia à Companhia de Bebidas das Américas (AmBev), a Sanasa pagou R$ 750 mil na desapropriação amigável. Na época, o plano era implantar o Museu da Água e instalar no local os serviços carpintaria, as oficinas elétrica e mecânica e serviços. Mas o projeto não foi adiante. No leilão de 2010, o prédio estava avaliado em R$ 4,1 milhões e agora, avaliação auditada indicou cerca de R$ 9 milhões. O prédio tem 2,6 mil metros quadrados de área e, abandonado, perdeu telhado, foi atingido por um incêndio, serviu de abrigo de moradores de rua e precisou ter as paredes escoradas para não cair. O prédio foi construído em 1873 para abrigar a Cia MacHardy, primeira fundição de Campinas, que se transferiu para a Avenida Andrade Neves, bem próximo de sua concorrente, a Fábrica Lidgerwood (em cujo prédio, também tombado, funcionou o Museu da Cidade). Além de ter abrigado a primeira fundição de Campinas (a MacHardy), é um importante exemplar da história da cerveja na cidade. Ali, em 1906, começou a funcionar a Fábrica de Cerveja e Gelo Colúmbia. Ela fabricava as cervejas Franciscana, Duquesa, Colúmbia, Negrita e o Guaraná Cristal. Em 1957 foi comprada pela Antarctica, que já estava instalada no edifício ao lado. No edifício de tijolo à vista chegou a ser fabricada a Mossoró, uma cerveja preta, criada em homenagem ao cavalo que ganhou o 1º Grande Prêmio do Brasil. A cerveja começou a ser fabricada em 1930 e deixou de ser produzida quando foi comprada pela Antarctica.

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