Queimada provoca acidente na rodovia em dia de novo recorde de temperatura máxima na cidade
A combinação das queimadas com o calor e a baixa umidade do ar pioram as condições do clima e ampliam os riscos de acidentes nas estradas (Wagner Souza/AAN)
Um incêndio na mata às margens da Rodovia Adalberto Panzan, que liga a Rodovia Anhanguera à Rodovia dos Bandeirantes, causou um acidente na manhã de ontem. Um furgão bateu em um caminhão e tombou na pista. Ninguém ficou ferido. O acidente ocorreu por volta das 10h50, no quilômetro 5, sentido Interior. De acordo com a Polícia Rodoviária, o incêndio no mato acontecia no mesmo quilômetro da rodovia e por conta da baixa visibilidade causada pela fumaça, houve uma morosidade momentânea e repentina no trânsito, fator que pode ter influenciado no acidente. O ano de 2020 está sendo de altas temperaturas, centenas de focos de incêndios, umidade do ar muito baixa e de trabalho intenso para a Defesa Civil de Campinas. Dados da Operação Estiagem comprovam o ano atípico, com aumentos expressivos em todas as ocorrências. Em relação aos incêndios, foram 268 focos registrados pela Defesa Civil de maio a setembro de 2020. Ano passado, foram 192. Por conta desse cenário, a Operação Estiagem, que é realizada de maio a setembro todos os anos, foi prorrogada. Ela deveria terminar no último dia 30, mas as equipes da Defesa Civil decidiram estender o plantão e o monitoramento, "enquanto não observarmos a entrada das primeiras frentes frias trazendo chuva para cidade e região de Campinas", explica Sidnei Furtado, diretor da Defesa Civil. As equipes da Defesa Civil também realizam vistorias preventivas. Foram 579 este ano, sendo que em 2019, o número foi de 454. "Esses números são bastante significativos; refletem em um incremento muito forte no atendimento", diz o diretor. Ele acrescenta que esse aumento é ainda agregado ao apoio da Defesa Civil ao Corpo de Bombeiros no combate aos incêndios. Calor extremo Ontem, Campinas bateu novo recorde de temperatura. Segundo a Defesa Civil, os termômetros atingiram 40,3°C. A medição ocorreu na Estação de Tratamento de Água (ETA) Capivari, no bairro Jardim Nova América, às 13h59. O recorde, até então, tinha sido registrado na terça-feira, 40,1°C, igualando o recorde de 30 de setembro de maior temperatura já registrada na cidade desde o início da série histórica, em 1989. A sensação térmica foi de 45°C. Campinas já havia batido o recorde de temperatura máxima nesta Primavera, com 40,1°C no dia 30 de setembro passado. Antes disso, a cidade já havia registrado a maior temperatura do ano no dia 27 de setembro, quando os termômetros marcaram 38°C. Ainda de acordo com a Defesa Civil, com a temperatura extrema há o risco de insolação. É recomendado que se evite exposição direta ao sol, principalmente, nos horários mais quentes entre 10h e 16h. Também deve evitar se exercitar ou praticar atividades intensas ao ar livre sem as proteções adequadas mesmo que já esteja habituado a elas. Além disso, é preciso reforçar a hidratação bebendo água, água de coco, sucos, chás frios ou isotônicos a cada duas horas mesmo sem sede. Segundo o Cepagri, a previsão é que hoje as temperaturas fiquem entre 24 e 39ºC, com alguns momentos de nebulosidade. A tendência para amanhã é de variação de nebulosidade, com aumento na cobertura de nuvens a partir da tarde e possibilidade de chuvas entre o anoitecer e a madrugada do sábado. As temperaturas ficam entre 22 e 35ºC. Este ano, a Defesa Civil de Campinas começou a emitir boletins sobre extremo calor: de Atenção, quando a temperatura atingir 34ºC, e de Alerta, se atingir 37ºC. Os primeiros registros foram em setembro: 21 publicações de boletins de alta temperatura, sendo 12 de Atenção e 9 de Alerta. Os índices de Umidade Relativa do Ar também se sobressaíram este ano. Foram emitidos 105 alertas: 76 deles de atenção e 29 de estado de alerta, de maio a setembro. Em 2019, foram 64 no total. Os boletins da Defesa Civil podem ser consultados no site http://www.resiliente.campinas.sp.gov.br.