Projeto dá novas perspectivas a 60 alunos com deficiência e que se formaram em TI
Turma do Programa Qualificar para Incluir, do CPqD, observa diplomas que foram entregues durante a cerimônia de formatura do curso de tecnologia da informação e comunicação ( Dominique Torquato/AAN)
Quando Rosilene Freire da Silva sofreu um AVC hemorrágico, que deixou o lado esquerdo do seu corpo comprometido, pensou que estaria condenada a uma vida dependendo de terceiros. “Eu sempre fui muito independente, e de repente agora não poderia mais exercer a minha profissão. Não sabia o que faria da vida”, lembra. Quatro anos depois, ela se converteu em um símbolo de superação e esperança — acabou de se formar em um curso de tecnologia da informação e comunicação (TIC) pelo CPqD e já ganhou uma bolsa de estudos para cursar publicidade. “Depois que comecei a estudar, minha vida mudou. Agora eu terei duas profissões”, contou.Jeferson Vargas, Renato Carvalho, Ana Paula Cardoso e Raimundo da Silva, assim como Rosilene, redescobriram o sentido da vida estudando TI no Programa Qualificar para Incluir (PQI), do CPqD. Eles são alguns dos 60 alunos que se formaram nesta sexta-feira (13) na 4ª edição do programa, que tem como objetivo oferecer qualificação gratuita para pessoas com deficiências.Todos são exemplo do poder transformador do conhecimento e do trabalho. “Depois do acidente achei que iria me aposentar, que não poderia fazer mais nada. Esse curso mudou a minha visão da vida”, narrou o empresário Raimundo Silva. Ele conta que voltou a sonhar e quer mais. “Quero aprender mais e trabalhar na área”, afirmou.O mesmo aconteceu com Ana Paula Cardoso, de apenas 17 anos. Os dias de irritabilidade e ansiedade ficaram no passado. “Antes eu não sabia o que queria da vida, era muito ansiosa e não tinha objetivos”, conta. Agora, Ana tem planos bem definidos: começa um novo curso, dessa vez de programação web, para conseguir um trabalho na área de TI.O coordenador do programa, Daniel Francisco da Silva, explica que mais que formar pessoas aptas a trabalhar no mercado de TI, o programa tem um poder transformador sobre os alunos. “Quando começaram o curso, muitos eram super tímidos e tinham uma autoestima baixa. A vida deles muda muito”, contou.Segundo Silva, os formandos saem aptos a disputar, em pé de igualdade, uma vaga no mercado de TI. “Eles estão muito bem preparados para encarar o mercado”, disse.Durante os 14 meses de treinamento, os alunos não aprenderam apenas técnicas, mas também disciplinas relacionadas à conduta corporativa, técnicas de oratória e atendimento ao cliente. A próxima turma, composta por 80 alunos, inicia as aulas no dia 7 de outubro. RecolocaçãoPatrocinado por grandes empresas, muitas vezes os alunos do programa acabam sendo contratados antes mesmo de finalizar o curso. O presidente do CPqD, Hélio Graciosa, ressalta que o sucesso do curso não é mérito do CPqD ou dos parceiros, mas que depende de cada um dos alunos. “O sucesso se deve principalmente ao esforço, dedicação e compromisso das pessoas que fizeram o curso. O programa é uma oportunidade e as pessoas têm que aproveitá-la”, afirmou.