A decisão, publicada ontem no Diário Oficial, vai provocar um desfalque na rede, que tem 385 servidores com mais de 60 anos
Servidores da rede municipal de saúde que trabalham em contato direto com pacientes e que sejam dos grupos de risco para a infecção pelo novo coronavírus serão remanejados para atividades administrativas, preferencialmente na modalidade de teletrabalho. A decisão, publicada ontem no Diário Oficial, vai provocar um desfalque na rede, que tem 385 servidores com mais de 60 anos, sem contar aqueles que possuem doenças crônicas, cujo número será conhecido após o recebimento dos pedidos de afastamento. O secretário de Saúde, Carmino de Souza, informou que medidas estão sendo adotadas para garantir o atendimento à população e preservar os grupos de riscos na atenção básica, por meio de remanejamentos de funcionários. A Rede Mário Gatti, gestora dos hospitais Mário Gatti e Ouro Verde e das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), também publicou portaria semelhante. A Rede Mário Gatti por estar diretamente no “front” assistencial, já adotou desde o início as medidas para afastamento do atendimento a pacientes de nossos profissionais dos grupos de risco, informou o presidente da rede, Marcos Pimenta. “Estamos administrando as “faltas” e os “afastamentos” com horas extras. A contratação emergencial que está em curso dos 210 novos funcionários minimizará esta situação”, afirmou. Um levantamento divulgado há duas semanas apontou que 599 profissionais da saúde afastados na rede pública municipal estavam longe por problemas de saúde, dos quais 416 são de centros de saúde e pronto atendimento. Já na Rede Mário Gatti, que inclui os hospitais Ouro Verde e Mário Gatti, o quadro de funcionários da área da saúde afastados chegava a 183. A maioria dos afastamentos atendia à medida de prevenção de profissionais de mais de 60 anos e que estão em grupos de risco para a Covid-19. Outra parte apresentava sintomas gripais. As determinações publicadas ontem observam que as pessoas de grupo de riscos que não puderem ser remanejadas poderão ser dispensadas de comparecer ao posto de trabalho. De acordo com a portaria, a verificação da forma de afastamento ficará a cargo do diretor do departamento ou do coordenador distrital. Os grupos de risco incluem os maiores de 60 anos, os que são portadores de insuficiência cardíaca, infartados, revascularizados, portadores de arritmias, hipertensão arterial sistêmica descompensada, os dependentes de oxigênio, portadores de asma moderada ou grave. Também estão na lista os doentes renais crônicos em estágio avançado, diabéticos, conforme juízo clínico, gestantes ou lactantes e com doenças cromossômicas com estado de fragilidade imunológica. O servidor interessado deverá efetuar o requerimento por escrito, encaminhado à chefia imediata de sua unidade de trabalho, apresentando declaração médica, emitida pelo médico responsável por seu tratamento ou acompanhamento, comprovando a patologia, devendo constar relação de medicamentos em uso pelo servidor, bem como juntar laudos de exames médicos relacionados à comorbidade.