balança comercial

RMC tem o pior saldo para o mês desde 2015

O saldo da balança comercial da Região Metropolitana de Campinas (RMC) em março foi o pior para o mês desde 2015

Renato Piovesan
11/04/2019 às 10:39.
Atualizado em 04/04/2022 às 10:26

O saldo da balança comercial da Região Metropolitana de Campinas (RMC) em março foi o pior para o mês desde 2015. De acordo com o Ministério da Economia, as 20 cidades da região importaram US$ 994,76 milhões no terceiro mês do ano, enquanto exportaram somente US$ 369,89 milhões. A diferença entre importações e exportações foi de US$ 625,86 milhões, superior a março de 2018 (US$ 508 milhões), de 2017 (US$ 526 milhões) e de 2016 (US$ 482,17 milhões).  A última vez que a balança comercial da RMC apresentou déficit maior num mês de março foi em 2015, quando a região importou US$ 724,48 milhões a mais do que exportou. Na comparação entre março deste ano e o de 2018, houve queda de 13,29% nas exportações e alta de 6,52% nas importações, ocasionando um aumento de 23,1% no déficit comercial regional. “Para minimizar os efeitos sazonais, sobretudo da agricultura, a melhor comparação dos dados é sempre com o mesmo período do ano anterior. Os meses de janeiro, fevereiro e março já revelam que a balança comercial tende a ser pior em relação a 2018, o que diminui a previsão de alta do PIB regional”, apontou o economista e professor da PUC-Campinas Paulo Oliveira. Segundo o docente, a queda observada nas exportações — que afetam o desempenho do PIB — pode ser justificada pela diminuição na absorção de países de destino, ou até mesmo pela reestruturação das estratégias de negócio das multinacionais que operam na região. De concreto, o que se nota, segundo ele, é a redução nas vendas de partes e acessórios de tratores e veículos especiais, motores à combustão e pneus. Por outro lado, houve aumento nas exportações de veículos de passageiros, medicamentos e inseticidas. No que diz respeito às importações, destaca-se o grande crescimento das compras de inseticidas e similares, além de aparelhos telefônicos. No acumulado de 2019, a RMC já importou US$ 3,03 bilhões, enquanto exportou US$ 1,01 bilhão. O desequilíbrio entre importações e exportações já rendeu um déficit de US$ 2,01 bilhões, superando o saldo registrado no Estado de São Paulo, que foi de US$ 1,11 bilhão. Maior participação Campinas é a cidade com maior participação nas transações, tendo exportado, em 2019, o valor de US$ 239,44 milhões, e importado produtos que ultrapassam os US$ 750 milhões. As cidades de Paulínia, Indaiatuba, Sumaré, Vinhedo, Valinhos, Americana, Itatiba e Jaguariúna também exibem números expressivos. Histórico Déficit na balança comercial não chega a ser algo novo ou negativo para uma região como a de Campinas, segundo analistas. Por conta do forte polo industrial e tecnológico das cidades que compõem o bloco, é muito comum que importem mais insumos, máquinas e peças que exportem produtos para outros países. Prova disso é que, nas últimas duas décadas, as importações triplicaram em relação às exportações na RMC. Região confirma dependência do mercado estrangeiro Estudo elaborado pelo Observatório PUC-Campinas mostra que, ao contrário do Estado, a RMC só aumentou o déficit de sua balança comercial entre 1997 e 2017, expondo, de um lado, sua forte vocação industrial, que demanda a aquisição de insumos e equipamentos, mas, por outro lado, sua total dependência do mercado estrangeiro para conseguir produzir. Em números exatos, sem contar as mudanças nas taxas de inflação e cotação de moedas, a pesquisa feita por professores observando dados das 20 cidades da RMC mostra que, ao longo dos últimos 20 anos, as exportações saltaram de US$ 1,52 bilhão para US$ 4,04 bilhões, enquanto as importações cresceram de US$ 3,46 bilhões para US$ 11,68 bilhões em 2017.

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