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Semana Santa convida à reflexão

Ícone central do Cristianismo, Jesus Cristo tem os últimos passos de sua trajetória terrena celebrados e revividos durante a Semana Santa, a mais importante e tradicional celebração religiosa do Catolicismo, que revisita a Paixão, Morte e Ressurreição do filho de Deus

Daniel de Camargo e Beatriz Maineti
30/03/2018 às 18:09.
Atualizado em 23/04/2022 às 08:56

Atores durante espetáculo teatral em Piracicaba, um dos maiores do País: nesta sexta-feira (30) acontece uma sessão extra, marcada para às 17 horas (Del Rodrigues/Gazeta de Piracicaba)

Ícone central do Cristianismo, Jesus Cristo tem os últimos passos de sua trajetória terrena celebrados e revividos durante a Semana Santa, a mais importante e tradicional celebração religiosa do Catolicismo, que revisita a Paixão, Morte e Ressurreição do filho de Deus. Ela se inicia com o Domingo de Ramos e se estende até o Domingo da Páscoa. O padre Fabrício Farias, que auxilia Rogério Canciam, pároco responsável pela Paróquia José de Anchieta, em Valinhos, explica que cada dia tem um significado e, consequentemente, um convite a uma reflexão em particular, mas ressalta que o período nada mais é do que um apelo aos cristãos para a conversão e mudança de vida. Farias elucida que o Domingo de Ramos festeja a entrada triunfante do Messias em Jerusalém, poucos dias antes dos fatos que levaram à sua crucificação e, posteriormente, à sua ressurreição. O nome faz referência à atitude das pessoas, que cortado ramos de árvores e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde Jesus passava, montado num jumento. ‘Rei dos Judeus’ e ‘Hosana ao Filho de Davi’, eram os gritos proferidos, segundo ele. Atualmente, os católicos levam ramos para as igrejas como símbolo de sua fé e crença de que serão abençoados. A Segunda Santa, por sua vez, é dedicada à "reflexão sobre o momento em que Cristo descansou na casa de uma família muito estimada", explica Farias, se referindo ao lar de Lázaro, Marta e Maria Madalena - personagens bíblicos. “Terça recorda o dia em que Jesus anunciou sua morte. A data é lembrada com tristeza. Quarta evoca a traição de Judas, que aceitou trinta moedas de prata como recompensa, e ontem (quinta-feira) o dia em que foi realizada a última ceia de Jesus Cristo com seus apóstolos, quando ele, humildemente, lavou os pés dos seus discípulos. Foi aqui, que ficou instituído o Santo Sacrifício como sua eterna memória", continua o padre. Na Sexta-feira da Paixão, nós relembramos o dia em que o altíssimo foi crucificado após sua prisão. Ele foi levado à presença de Pilatos (governador da província romana da Judeia), que o julgou e o condenou ao açoitamento. Porém, há também um momento divino, quando, em meio a dois ladrões, Jesus entregou seu espírito nas mãos de Deus e morreu", detalha Farias. O eclesiástico expõe que o Sábado de Aleluia ou Vigília Pascal reverencia a esperança da ressurreição. "Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece em silêncio junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e morte, esperando, na oração e no jejum, seu renascimento". Já sobre o Domingo de Páscoa, o sacerdote assegura ser "o dia mais aguardado pelos fiéis, por marcar o momento em que o eterno levanta de sua sepultura e vence a morte". Para ele, isto "nos traz a mensagem de que nós também não podemos parar em nossas cruzes, assim como Jesus não parou". "Páscoa, então, é o dia do grande milagre, quando contemplamos o verdadeiro valor da vida! Quando celebramos a vida, o amor e a misericórdia de Deus. Esse dia é estendido por 50 outros, até o Domingo de Pentecostes", contextualiza, antes de explicar que o nome do feriado é de origem hebraica e significa "passagem". Para os hebreus, "trata-se do fim da escravidão e do início da libertação, marcada pela travessia do Mar Vermelho", encerra. Páscoa é amor O Monsenhor Rafael Capelato, vigário geral da Arquidiocese de Campinas também destaca a relevância deste período para os cristãos. "Essa semana, para nós católicos, evangélicos e pessoas de outras denominações, é a comemoração dos últimos momentos de Jesus neste mundo. O itinerário vai da última ceia à ressurreição. Nós exaltamos a entrega da sua vida. A Páscoa pode ser definida em uma palavra: amor. Um sentimento que vai às últimas consequências, até sangrar. Ele lembra o exemplo de comportamento pacifista dado por Jesus. “Se olharmos os evangelhos, constatamos que ele fez o bem e acabou colhendo a violência deste mundo. É emocionante contemplar a sua capacidade de compaixão e não violência. Ele foi sereno, desarmando a maldade com suas atitudes amorosas. Penso que esse período tem muito a nos ensinar na atualidade, pois vivemos em um mundo preconceituoso, caótico e perverso." Espetáculo ao ar livre deve reunir mais de 18 mil pessoas A tradicional apresentação da Paixão de Cristo, pela Companhia Santa Inês de Teatro Amador (CSITA), acontece hoje, às 20h, no Campo do Corintinha, no bairro Jardim Vista Alegre, em Campinas. O espetáculo, que já acontece há 6 anos, conta com uma estrutura de superprodução, com três palcos estruturais e um natural, a árvore onde acontece o enforcamento de Judas durante a encenação. Com uma equipe de cerca de 140 atores e 29 pessoas na parte técnica do espetáculo, a tradicional peça já acumula, ao longo de seus seis anos de apresentações, cerca de 250 mil espectadores. Atualmente, entre 17 mil e 20 mil pessoas comparecem à apresentação, que espera atingir 18 mil pessoas na apresentação de hoje. A ideia para a montagem surgiu há seis anos, quando seis amigos, frequentadores da Paróquia de Santa Inês, assistiram à encenação da Paixão de Cristo no teatro Castro Mendes. Os amigos, que já tinham vontade de fazer algo diferente e se encantaram com a ideia e produziram sua primeira apresentação do lado de fora da igreja de Santa Inês para 600 pessoas. No ano seguinte, o público cresceu, refletindo a necessidade da ampliação do espaço e da estrutura do espetáculo. Através do “boca a boca”, muitas pessoas começaram a aparecer, e, então, a Prefeitura de Campinas cedeu o campo do Corintinha para as apresentações seguintes, o que permitiu aos colaboradores voluntários do espetáculo criar o que é, hoje em dia, a apresentação da Paixão de Cristo oficial da cidade. Hoje em dia, o espetáculo conta com dois palcos destinados ao desenvolvimento da peça, um exclusivo para a crucificação de Jesus Cristo, e o palco natural, que consiste numa árvore a beira de um penhasco de, ao todo, 7 metros, usado para o enforcamento de Judas. Segundo Diego Faria, que faz parte do setor de comunicação da companhia, uma das cenas mais aclamadas e esperadas pelo público é a da crucificação de Jesus Cristo, que conta com um efeito natural, que adiciona emoção ao espetáculo. “A colocação do palco da crucificação é estratégica. Nós cronometramos a cena para que, bem no momento da crucificação, a lua cheia esteja bem em cima do palco”, conta Faria. A apresentação, que acontece hoje às 20h, promete, segundo Faria, passar “emoção, verdade e entrega ao público”, além de oferecer um momento de profunda reflexão. “É uma história que todo mundo já viu, mas é sempre bom relembrar o primeiro amor de Jesus. É um momento para refletir sobre nossas relações com os outros e com Deus”, afirma. Encenação em Piracicaba As apresentações da 29ª edição da Paixão de Cristo de Piracicaba segue nesta sexta-feira (30) e continuam por todas as noites até o domingo de Páscoa, dia 1ª de abril, sempre às 20 horas, no Engenho Central. Hoje, acontece uma sessão extras, às 17 horas. O espetáculo teatral é um dos maiores espetáculos cênicos do País e narra os últimos dias de Jesus Cristo na Terra em duas horas de duração. A direção artística é de Viviane Palandi e conta com a assistência de Carlos ABC. A montagem de 40 atos acontece em uma antiga usina de açúcar, localizada às margens do rio Piracicaba, no interior de São Paulo.

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