permissionários reagem

Setec quer padronizar quiosques da Lagoa

Plano da Prefeitura é contar com box do mesmo modelo e tamanho para melhor atendimento

Renato Piovesan
11/07/2018 às 07:20.
Atualizado em 28/04/2022 às 11:06
Bancas e quiosques diante do Portão 1 da Lagoa do Taquaral: inspiração para padronizar espaços comerciais veio do Parque Barigui, em Curitiba, segundo o secretário Ernesto Paulella (Matheus Pereira)

Bancas e quiosques diante do Portão 1 da Lagoa do Taquaral: inspiração para padronizar espaços comerciais veio do Parque Barigui, em Curitiba, segundo o secretário Ernesto Paulella (Matheus Pereira)

A Serviços Técnicos Gerais (Setec), autarquia da Prefeitura de Campinas responsável pela administração e fiscalização do comércio em solo público, finalizará esta semana um projeto para reformar e padronizar os quiosques do Parque Portugal, na Lagoa do Taquaral. A ideia é que o principal ponto turístico da cidade passe a contar com boxes do mesmo modelo e tamanho, todos com 12 metros quadrados, visando oferecer melhor qualidade e conforto ao público na área de alimentação. Inicialmente, o projeto-piloto será implementado em 12 quiosques existentes no portão 1, que devem ganhar cara nova até o fim de outubro. Em seguida, a regra valerá aos comerciantes que estão instalados em boxes nos demais portões nos arredores da Lagoa, que recebe diariamente 5 mil visitantes de segunda a sexta-feira, e 30 mil pessoas nos sábados, domingos e feriados. O projeto ainda não foi finalizado, mas já carrega uma polêmica. Isso porque, segundo o secretário de Serviços Públicos de Campinas Ernesto Dimas Paulella, os permissionários dos quiosques deverão arcar com a reforma das bancas, orçada em cerca de R$ 18 mil. “Isso não é gasto, é investimento. Vai melhorar o próprio faturamento dos comerciantes, a partir do momento que oferece melhores condições para os usuários”, defende. Custo inviável O alto custo das obras, contudo, não tem sido bem digerido entre os comerciantes, que ainda aguardam uma reunião com representantes da Prefeitura para esclarecer alguns pontos do projeto. “Comecei a trabalhar aqui em 1970, vivo disso aqui, e nunca terei condições de pagar isso tudo para reformar a banca, como falam. Já tenho 72 anos. Se virar regra isso mesmo, onde vou trabalhar?”, indaga Jorge Miguel Sobrinho, que vende algodão doce na entrada principal do parque. Para Paulo Chang, que tem um quiosque de refrescos e sorvete em frente ao portão 1, os atuais custos para exploração comercial na área já são altos. “Pago aluguel de R$ 700 para estar aqui. Não é fácil. Se for uma reforma para melhorar o ambiente, sou a favor, mas isso não pode tirar só do comerciante. Quando obrigarem a mudar os quiosques, vai ter gente que vai perder o ponto”, diz. Inspiração A padronização dos quiosques da Lagoa do Taquaral tem como inspiração o Parque Barigui, em Curitiba, um dos mais conhecidos do País. Segundo Paulella, a estrutura dos boxes campineiros está defasada, o que justifica a demanda por uma melhora. “Aquelas barraquinhas brancas de lata que existem hoje estão precárias, ultrapassadas. É um espaço público e cabe à Administração Municipal exigir uma melhor qualidade ao serviço prestado numa área frequentada pela população. Até questões sanitárias, de processamento de alimentos, estão fora de padrão, tudo adaptado. Tem que melhorar”, afirma o secretário. Alambrado Além da troca dos quiosques, a Prefeitura pretende recuar 4 metros do alambrado que separa as bancas da área interna da Lagoa, onde ficam a pista de caminhada, os parquinhos e academias ao ar livre, a famosa caravela e os pedalinhos. Com isso, será formado um bolsão, que ganhará piso novo com mais espaço para a população consumir os alimentos vendidos no local, como água de coco, pastel, caldo de cana e tapioca. Atualmente, nos finais de semana, longas filas de pessoas se 'entrelaçam' entre uma banca e outra, devido à falta de espaço.

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