Soltura de balões aumenta na cidade

A presença de balões na região do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, intensificou nos últimos finais de semana e anteontem três caíram dentro da área de domínio do aeroporto, sendo que um deles causou incêndio em uma região de mata. O fogo foi controlado por bombeiros e por sorte não prejudicou a aterrissagem e a decolagem de aviões. Ninguém foi preso. Moradores da região do Castelo acreditam que os balões que caíram no local no período da manhã tenham sido soltos por baloeiros na região do Jardim Eulina, por volta das 7h. Essa é a segunda vez em 15 dias que balões são vistos nos limites do aeroporto. De acordo com a Concessionária Aeroportos Brasil, na manhã de domingo, funcionários da Central de Operações Aeroportuárias avistaram cinco balões na região e pouco tempo depois dois deles caíram no aeroporto. Os aerostatos, designação técnica dada a equipamentos mais leves que o ar como os balões, foram recolhidos por um fiscal de pátio. Por volta das 18h foi novamente registrado a presença de balões no local e um caiu na cabeceira da pista, em uma região de mata. Como a vegetação está muito seca, houve incêndio. Bombeiros do aeroporto conseguiram controlar e apagar o fogo e não houve prejuízo para a saída e chegada de aviões. “Não houve interrupção do aeroporto. Por sorte não houve dano sério, mas poderia ter causado. Vale destacar que soltura de balão é crime e passível de prisão”, informou a concessionária. Antes do período de quarentena, o aeroporto registrava uma média de 300 voos diários. No atual período de isolamento social, causado pela pandemia da Covid-19, esse volume caiu para 30, entre pouso e decolagem. No dia 26 do mês passado, diversos balões foram vistos no céu de cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). O trânsito dos objetos no céu foi registrado por moradores de Campinas, Valinhos, Vinhedo, Paulínia e Sumaré. Ao menos 16 balões circularam em grupo. Em Campinas, foram vistos nos distritos do Campo Grande e Ouro Verde. Na época, a Concessionária Aeroportos Brasil, afirmou que não registrou problemas por causa dos balões. Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), da Aeronáutica, mostram que foram notificadas 65 ocorrências de avistamento de balão no espaço aéreo de Viracopos em 2019. A soltura de balões é crime ambiental pois põe em risco o espaço aéreo. O artigo 42 da Lei de Crimes Ambientais deixa claro que “fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano”, é crime. A pena prevista é a detenção de um ano a três anos, multa ou ambas cumulativamente. A concessionária ressaltou que, em outras oportunidades, a presença de balões no espaço aéreo do aeroporto já provocou no desvio de rotas de aeronaves e até no fechamento do local.