Os trabalhadores do transporte público de Valinhos paralisaram os serviços na manhã de ontem, em protesto à falta de pagamento de horas extras
Os trabalhadores do transporte público de Valinhos paralisaram os serviços na manhã de ontem, em protesto à falta de pagamento de horas extras e do vale-alimentação. O terminal amanheceu com o portão fechado e os ônibus só deixaram as garagens depois das 12h, no início da tarde. Segundo o advogado do Sindicato dos Rodoviários, que representa a categoria, Pedro Mesquista, o serviço foi retomado após a compensação bancária dos valores ter sido confirmada. Alguns moradores que saíram cedo de suas casas para trabalhar, por exemplo, precisaram recorrer a parentes ou então ao transporte por aplicativo para se locomover durante a manhã. O jurista informou que algumas reuniões foram realizadas entre a entidade e a Sou Valinhos, empresa responsável pelo transporte público no município. O último encontro havia ocorrido na segunda-feira passada. Na oportunidade, acordaram que esses pagamentos seriam realizados até quarta-feira, o que não aconteceu, resultando no princípio de greve. Mesquita disse que a Sou Valinhos tentou negociar a conversão do pagamento das horas extras para banco de horas. Porém, isso pegaria os motoristas desprevenidos, porque alguns contam com uma quantia média geralmente recebida em decorrência do período adicional de trabalho. “Não é o momento: está ruim para todo mundo”, comentou. O advogado criticou também que a empresa feriu tratativas recentes e descontou dos trabalhadores avarias detectadas nos veículos. Quando um motorista se envolve em um acidente e tem culpa, explicou, arca com o dano para que o empregador não seja lesado. A Prefeitura de Valinhos informou, em nota, publicada em site pela manhã, que foi surpreendida com a paralisação, que acompanhava de perto a situação e aguardava um desfecho rápido. Nenhum representante da Sou Valinhos foi encontrado para comentar o caso. Campinas Motoristas do transporte público de Campinas protestaram entre a noite de terça-feira e manhã de quarta-feira. A argumentação foi a mesma: descumprimento de acordo feito para o período de pandemia. Nos termos firmados, assim como em Valinhos, os descontos a serem feitos seriam somente os de pensões alimentícias e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Na ocasião, a paralisação foi de profissionais de uma das empresas que prestam serviço no Terminal Ouro Verde. Na manhã de quarta-feira, o ato durou cerca de duas horas. Eles chegaram a fechar as avenidas Ruy Rodriguez e Armando Frederico Renganeschi. Na noite anterior, o serviço foi parcialmente interrompido. "Negociamos com as empresas porque sabíamos que as receitas iriam diminuir com a pandemia e dificultar o pagamento dos salários. Falamos com todos os órgãos para enfrentar esse período", explicou, na ocasião, Jeremias Nunes dos Santos, secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários. De acordo com a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), o impacto das duas manifestações foi mínimo, mesmo com o fechamento temporário do Terminal Ouro Verde por motivo de segurança.