Um investigador foi solto pois não foi reconhecido por suspostos traficantes e outros dois tiveram o prazo de prisão vencido
Três dos dez policiais presos na operação do Ministério Público (MP) foram liberados ontem pela Justiça. O investigador do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) Rodrigo de Longhi foi liberado após o pedido de revogação do MP em razão de não ter sido identificado pelos supostos traficantes durante o reconhecimento feito pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na última terça-feira. Os dois policiais de Campinas, Renato Peixeiro e Mark de Castro Pestana, foram liberados após o vencimento do prazo de cinco dias da prisão temporária que não poderia ser renovada.Além de Peixeiro, Mark e Longhi, o delegado-chefe do setor de inteligência do Denarc, Clemente Calvo Castilhone Júnior, já havia deixado a prisão. O delegado foi preso por ter supostamente vazado informações sobre a investigação do Gaeco e atrapalhado a operação que levou para a cadeia policiais e traficantes. Os outros investigadores permanecem presos na Penitenciária da Polícia Civil em São Paulo. Mark e Peixeiro não prestaram depoimento e não participaram do reconhecimento por orientação da defesa.Os dois policiais de Campinas foram relacionados à investigação depois que um dos traficantes informou que repassava à dupla cerca de R$ 20 mil ao mês para que o tráfico na região do São Fernando não fosse combatido pelo 10º Distrito Policial. Um dos traficantes reconheceu Peixeiro por foto.O esquema dos policiais de Campinas não era integrado ao que supostamente foi praticado pelos investigadores do Denarc. Segundo o MP, os policiais da Capital recebiam um mensalinho de R$ 30 mil e recolhiam anualmente uma propina que chegava a R$ 300 mil para que as drogas pudessem ser vendidas sem repressão. Além de CampinasA quadrilha do sequestrador Andinho não foi o único alvo dos supostos achaques praticados por policiais do Denarc. Relatório do MP aponta que, durante as investigações, o grupo foi flagrado tentando extorquir também um traficante ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) da região de Jundiaí. O caso indica, segundo os promotores, que o esquema envolvia outros policiais do Denarc e era prática sistemática do grupo. O suposto sequestro ocorreu em 28 de maio, quando policiais do Denarc levaram de sua casa o traficante Clayton Schimit de Araújo, conhecido como Bornai, em Várzea Paulista. Em uma viatura da polícia, Bornai teria sido levado para o Denarc, em São Paulo, mas sem ser apresentado. Ele foi mantido durante toda a tarde dentro do carro, na rua, enquanto o pagamento do resgate estava sendo negociado.<{SUMMARY}||| LIBERDADE