PAULÍNIA

Diretório estadual do PT terá de indenizar Dixon em R$ 100 mil

Dixon foi candidato a prefeito em 2012, porém, em meio à campanha, o petista foi expulso da sigla sob a alegação de que estava envolvido em casos de abuso sexual de menores

Gustavo Abdel
20/05/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 13:06

O diretório estadual do PT foi condenado a pagar uma indenização no valor de R$ 100 mil para o ex-petista Ronan Dixon Carvalho (PSDB), que era filiado à legenda em Paulínia e foi expulso em 2012, acusado de pedofilia. A decisão do juiz da 14ª Vara Civil da Comarca de São Paulo, Alberto Gibin Villella, considerou que a expulsão ocorreu de maneira “prematura” e “irresponsável”. Dixon foi candidato a prefeito em 2012, porém, em meio à campanha, o petista foi expulso da sigla sob a alegação de que estava envolvido em casos de abuso sexual de menores. Na época, o então candidato negou as acusações, disse que entraria na Justiça contra o partido e considerou a atitude uma manobra eleitoral. A comissão provisória formada pela executiva estadual do PT, após a expulsão de Dixon, declarou apoio ao rival à época, José Pavan Júnior (PSB). A denúncia envolvendo Dixon com pedofilia veio à tona em 2009, pouco depois do atual prefeito, Pavan, ser cassado. Naquela época, CDs contendo 15 imagens do petista em suposta prática de pedofilia foram enviados a vários políticos e órgãos de imprensa. Um inquérito policial foi aberto para apurar a denúncia. O Instituto de Criminalística de Campinas (IC) analisou as imagens e avaliou que houve edição das fotos e atestou a “montagem” do material. Segundo a avaliação do IC, o homem que aparecia nas fotos não possuía as mesmas características de Dixon. Na época, para sustentar a expulsão, o diretório estadual do PT informou que tinha uma perícia própria que comprova a veracidade das fotografias. Para o magistrado a divulgação das informações foi feita pelo PT antes da verificação da veracidade. “A divulgação dessa espécie de informação ao público deve estar alicerçada em fatos concretos e o partido requerido se fundou em um vídeo, que já havia sido submetido à perícia pelo Instituto de Criminalística, cuja conclusão foi de que o autor não participou dos atos de pedofilia”, diz o juiz. O valor de R$ 100 mil de indenização por danos morais foi fixado pelo magistrado. Dixon disse ontem que a decisão da Justiça em indenizá-lo por causa da expulsão é válida, no entanto, espera uma punição mais severa. “Acho que a Justiça foi feita, mas acredito que o grupo responsável por espalhar essas imagens falsas deveria perder os direitos políticos e, até mesmo, ser preso. Só quem carrega nas costas uma denúncia como essa sabe os danos. Eu tenho família e passei por um período muito complicado por causa dessas fotografias”, disse Dixon. Outro ladoA reportagem do Correio entrou em contato com o diretório estadual do PT para uma posição oficial da legenda sobre o assunto, no entanto, não houve retorno até o fechamento desta edição.

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