EDITORIAL

Economizar hoje para não faltar amanhã

A esperança é que chova bastante em novembro e dezembro, caso contrário, o abastecimento em 2022 estará comprometido

Correio Popular
15/05/2021 às 15:34.
Atualizado em 15/03/2022 às 20:07

Os anos de 2014 e 2015 foram marcados por uma severa crise hídrica que atingiu a região Sudeste. A longa estiagem afetou duramente o sistema Cantareira, em São Paulo, com reflexos diretos na região abrangida pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), que inclui Campinas. O drama da falta d'água, dos leitos de rios e lagos secos e de meses sem chuva, ainda ecoa.

Passados sete anos, as autoridades alertam para uma nova crise hídrica em 2022. Não obstante, algumas cidades da região já enfrentam problemas no abastecimento. Santo Antônio de Posse, por exemplo, decretou estado de atenção e adotou o racionamento como alternativa para evitar o colapso. Assim, o fornecimento de água na cidade começa às 6h e termina às 18h, diariamente. A orientação é para que os moradores evitem o desperdício. Hortolândia e Paulínia também adotaram medidas de restrição diante da estiagem que chegou mais cedo este ano, segundo informa a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Choveu pouco no verão passado. Em consequência, o nível do Cantareira está em 49,5% de sua capacidade, quando o esperado era que estivesse em 60% para esta época do ano. Ocorre que agora começa o período de estiagem, quando normalmente chove pouco. Com isso, a esperança é que chova bastante em novembro e dezembro, quando recomeça o período de maior umidade. Caso contrário, o abastecimento em 2022 estará seriamente comprometido, segundo os técnicos.

Desde 2014, várias obras executadas pelo governo paulista e empresas de saneamento básico foram implementadas para mitigar possíveis novas crises hídricas ou reduzir o impacto sobre a população. Uma delas foi a transferência de água da represa de Jaguari, em Igaratá, para o Atibainha, em Nazaré Paulista, que começou em 2018. Sem essa obra, o Cantareira estaria agora com 15% do seu volume útil. Ou seja, a crise de 2014 poderia se repetir ainda este ano.

Em Campinas, a construção do Nosso Cantareira, em andamento no distrito de Sousas, promete garantir pelos próximos 50 anos a segurança hídrica da cidade e reduzir a dependência de outros reservatórios. São ações importantes que precisam ser complementadas com o uso consciente e racional da água, evitando desperdícios e economizando esse bem precioso. Só assim será possível reduzir o risco de intempéries climáticas, muitas vezes provocadas pela ação do próprio homem.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por