CONSCIÊNCIA NEGRA

Instituto Babá Toloji tem acervo de arte afrobrasileira

Centro cultural é mantido por Toloji, que criou a 1ª casa de cambomblé de Campinas

Delma Medeiros
20/11/2013 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 23:06

Tudo começou no final dos anos de 70, quando Luiz Antonio Castro de Jesus, mais conhecido como Toloji, criou a primeira casa de cambomblé de Campinas e passou a procurar peças com motivos africanos para enfeitar as paredes. “Na época, era muito difícil adquirir essas peças. Quem as tinha pedia preços muito altos. Então comecei a produzir algumas esculturas em madeira para decorar a casa. Na década de 80, com o intercâmbio estudantil entre Brasil e África, muitos africanos vieram estudar no País, trazendo peças de seus locais de origem para vender aqui. Isso facilitou bastante”, conta Toloji.“De início, adquiri as peças apenas para enfeitar a casa, mas a variedade de imagens e objetos era tão grande, que sempre queria alguma coisa diferente, que não tinha ainda. Assim, fui comprando tudo o que achava, ganhando outras peças e o acervo foi crescendo”, afirma. Toloji é um baiano que se tornou campineiro. Em 1999, recebeu da Câmara dos Vereadores o título de cidadão campineiro e conseguiu concretizar um sonho: inaugurar o Instituto Cultural Babá Toloji, que leva seu nome de babalorixá, o responsável pela casa de candomblé.O acervo hoje tem em torno de 12 mil peças, entre colares, esculturas, máscaras de rituais, de danças e de iniciação, totens, instrumentos musicais, conchas, vassouras, tecidos, recipientes, tudo relacionado à cultura africana. “Esse é o objetivo do Instituto: preservar e difundir a cultura afro”, diz Toloji. Ele explica que o Instituto Cultural está instalado num prédio pequeno, que não comporta uma exposição e visitação.“A exposição permanente funciona no salão da comunidade religiosa Tradição e Culto Afro Ilesin Ogun LaKaiye Osinmole (que em português quer dizer Casa de Adoração de Ogun, aquele que possui o mundo, aquele que possui a luz). Quando vamos realizar os cultos, recolhemos as obras e depois montamos novamente a exposição, que tem em torno de mil peças”, informa o babalorixá. A exposição permanente pode ser visitada mediante agendamento. “Não dá para abrir direto porque não tenho funcionários para cuidar do salão e receber os visitantes”, diz Toloji, que se encarrega de imunizar as peças e cuidar do acervo com a ajuda da mulher. ServiçoInstituto Cultural Babá TolojiExposição de arte africana permanente ocorre no salão da comunidade Tradição e Culto Afro Ilesin Ogun LaKaiye Osinmole (Rua Mario Bassani, 154, Jardim São Vicente, Campinas). As visitas podem ser agendadas pelo fone (19) 3276-5687 ou e-mail [email protected]. De graça.  

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