ANIVERSÁRIO

Peça censurada na noite de estreia retorna

Teat(r)o Oficina celebra 59 anos e estreia a peça 'O Bailado do Deus Morto' em formato digital

Agência Anhanguera de Notícias
12/08/2020 às 11:19.
Atualizado em 28/03/2022 às 19:03
Nesta versão de 'O Bailado do Deus Morto', elenco usa réplicas das máscaras da montagem original (Divulgação)

Nesta versão de 'O Bailado do Deus Morto', elenco usa réplicas das máscaras da montagem original (Divulgação)

O Bailado do Deus Morto, peça de artista plástico, arquiteto, engenheiro, cenógrafo e dramaturgo Flávio de Carvalho (1899-1973) escrita para a inauguração do Teatro da Experiência, em 1933 e censurada já na noite de estreia, imediatamente ao fim da apresentação, põe em cena uma reflexão sobre a fé, o medo e a morte de um Deus animal que se transfigura com a mecanização do mundo. Sob a direção de Marcelo Drummond e afastados da sede do Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, no bairro do Bixiga, em São Paulo, e da possibilidade de contracenar com o público, enquadrados em telas de computadores e celulares, os atores e músicos se redescobrem diante do desafio de redimensionar a peça para o mundo digital-virtual, ao vivo, para apenas seis apresentações, de 16 a 2 de setembro, em dias alternados, às domingos e quartas. O Bailado do Deus Morto é um rito-espetáculo de curta duração, apresentado num happy hour mas com forte ação reflexiva sobre o patriarcado, a religiosidade e sua ligação com a fome, o medo e o sexo destronador da mulher inferior que tira o deus animal do mato, o faz homem civilizado, sem a condição de deus. Enquanto todos ficam perplexos, as partes do deus são distribuídas aos humanos em produtos industrializados num mundo mecanizado que não pode criar outro deus. Na nova versão, atores e músicos usam réplicas das máscaras da montagem original. Os ingressos para as apresentações em formato digital, podem ser adquiridos através da plataforma de eventos on-line da Sympla, com estreia marcada para domingo, 16 de agosto, encerrando uma semana intensa de espetáculos em cartaz nas redes virtuais. O Teat(r)o Oficina dá nome a uma das salas de apresentações on-line do Festival farOFFa de agitação cultural, que apresenta esta semana títulos como As Bacantes (exibido ontem), Ham-Let e Navalha na Carne. É com a força das rupturas e transmutações de O Bailado do Deus Morto, que a companhia Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona celebra no dia 16 de agosto, os 59 anos do “terreyro eletrônico”, como é conhecido seu prédio, obra de arte de muitas arquiteturas vitais, inaugurado em 1961, com a profissionalização da companhia. A semana está repleta de programações que festejam o aniversário e chamam o público para o fortalecimento da campanha de arrecadação “Proteja O Teat(r)o Oficina” (www.teatrooficina/financie), voltada para a manutenção de um fundo emergencial para a companhia e para o espaço. A última encenação presencial na pista do Oficina foi justamente O Bailado, na véspera do grupo decidir interromper as atividades em função da pandemia do novo coroanvírus. Há seis décadas, o Oficina tem contracenado com multidões que assistem aos espetáculos em sua sede no Bixiga e em outras cidades por onde o grupo passou ao longo de sua trajetória. E agora, diante da pandemia e da impossibilidade de se apresentar sem o público atuador, busca reinventar o rádio teatro, produzindo séries de podcasts durante a quarentena disponíveis na Rádio Uzona. Os ensaios acontecem por videoconferência, como um meio de manter a atividade teatral acesa. A TV Uzyna, vanguarda das transmissões ao vivo e das apresentações on-line, está, desde o início da pandemia, a todo vapor. A companhia também mantém uma programação contínua de conversas entre artistas e tecnoartistas que trabalharam no Oficina ao longo da sua história. Os encontros, no formato de Lives Antropófagas, acontecem no instagram do Teatro durante a semana. (Da Agência Anhanguera)   AGENDE-SE O quê: O Bailado do Deus Morto – A Live Quando: Dias 16/8 (domingo), às 18h; 19/8 (quarta), às 21h; 23/8 (domingo), às 18h; 26/8 (quarta), às 21h; 30/8 (domingo), às18h; e 2/9 (quarta), às 21h Onde: www.sympla.com/teatroficinadigital Quanto: de R$10,00 a R$100,00 (disponíveis em www.sympla.com.br/teatroficinadigital) PROGRAMAÇÃO DA SEMANA O quê: Navalha na Carne no FarOFFa Quando: Hoje (12), às 21h O quê: Ham-Let no FaroOFFa Quando: Sexta (14), às 21h O quê: Why the horse? - encerramento do FarOFFa Quando: Domingo (16), às 22h Onde: Sala Teat(r)o Oficina

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por